MARÇO
O termo vem de Martius, deus
Marte, dá o nome a este mês e é em simultâneo “patrono” da guerra e das
sementeiras.
Era o primeiro mês do antigo calendário romano. Segundo a tradição, Rómulo,
o primeiro rei de Roma, organizou o primeiro calendário romano, de natureza
lunar (isto é, composto por dez meses) e resolveu homenagear seu pai mitológico
– o deus Marte -, dando-lhe as honras deste mês.
Ovídeo descreve-o assim: “Ó Senhor
das armas, de cujo sangue eu creio que nasci – e, para que seja assim
considerado, darei para ti uma garantia certa – atribuímos a ti o princípio do
ano romano: que o primeiro mês venha do nome de meu pai”. O ano primitivo
dos romanos começava em março porque nesta época ocorria, no hemisfério norte,
onde se situa a cidade de Roma, o desabrochar da primavera que vai eclodir no
mês seguinte.
Olhei a nuvem que seguia a sua trajetória atraída pela força do vento
sul e observei que a missiva da andorinha ainda não tinha terminado: - Ideias
que possam não ser invasoras, que fertilizem e possam gerar outras ideias, que
multipliquem a possibilidade da tristeza que alivia e da alegria que desatola e
faz voar todas as sementes.
A nuvem abalou e eu fiquei a pensar na vida migratória das andorinhas
e achei que as sementes das ideias que iluminam deviam ser como elas,
procriarem, emigrarem e regressarem para um novo ciclo renovador.