Kyoto
12 Outubro 2017
A visita aos Templos de Kinkakuji
(pavilhão dourado) e de Ryoanji proporcionam experiências com algumas “nuances”
que, de certa forma, poderão ilustrar facetas da cultura japonesa.
Por um lado, embora com grande
contenção, a exuberância do templo de Kinkakuji, no contraste que a sua massa
dourada produz com a natureza verdejante que a envolve. E por outro, o discreto
templo de Ryoanji envolvido pelos jardins Zen (Karesansui ou jardins de pedra)
que obrigam o olhar a demorar-se na grandeza oculta das pequenas dimensões de
pedras e areias com tonalidades que se aproximam do branco. Aqui, um dos
viajantes desafiou o grupo a captá-las num desenho e assim se fez jus à sua essência
zen.
Para visitarmos a floresta de
bambus em Arashiyama começámos por deambular por pequenos jardins de habitações
térreas em madeira de estilo tradicional. Repete-se o cuidado com que desenham o
crescimento de cada espécie e aparente informalidade com que estão dispostas e
se integram num harmonioso conjunto. Num desses percursos pudemos presenciar a
acção dos escultores de árvores, da sua técnica e instrumentos. Apreciámos o
seu escadote com três “pernas”.
Apesar da proximidade do templo
Tenryu-Ji, o grupo priorizou o tempo disponível para usufruir a atmosfera da floresta
de bambus em Arashiyama. A sua altura e folhagens formam corredores iluminados
por uma misteriosa mas repousante luz.
Os excelentes transportes
permitiram-nos ainda ir a tempo de visitar o Castelo de Nijo (encerra as
entradas ao público às 16h00). Este espaço alberga dois palácios, Ninomaru e
Honmaru. Este complexo foi construído em 1603 e é composto por dois círculos
concêntricos de fortificações.
A experiência do soalho que emite
chilrear de pássaros, quando é pisado, foi experienciada por nós no palácio de
Ninomaru. É uma técnica utilizada para avisar os residentes da aproximação de
alguém, uma espécie de alarme.
Três blocos de jardins onde a
sensação de informalidade domina. Iludem-nos dissimulando que são fruto do acaso
tanto pela posição e forma de cada árvore como do conjunto. Mas é mesmo só
aparente.
Ainda pudemos ver, nos jardins,
duas peças da mostra de arte contemporânea a inaugurar no dia seguinte.
Isabel e Luís