domingo, 29 de outubro de 2017

Kyoto


Kyoto

12 Outubro 2017


A visita aos Templos de Kinkakuji (pavilhão dourado) e de Ryoanji proporcionam experiências com algumas “nuances” que, de certa forma, poderão ilustrar facetas da cultura japonesa.

Por um lado, embora com grande contenção, a exuberância do templo de Kinkakuji, no contraste que a sua massa dourada produz com a natureza verdejante que a envolve. E por outro, o discreto templo de Ryoanji envolvido pelos jardins Zen (Karesansui ou jardins de pedra) que obrigam o olhar a demorar-se na grandeza oculta das pequenas dimensões de pedras e areias com tonalidades que se aproximam do branco. Aqui, um dos viajantes desafiou o grupo a captá-las num desenho e assim se fez jus à sua essência zen.








Para visitarmos a floresta de bambus em Arashiyama começámos por deambular por pequenos jardins de habitações térreas em madeira de estilo tradicional. Repete-se o cuidado com que desenham o crescimento de cada espécie e aparente informalidade com que estão dispostas e se integram num harmonioso conjunto. Num desses percursos pudemos presenciar a acção dos escultores de árvores, da sua técnica e instrumentos. Apreciámos o seu escadote com três “pernas”.





Apesar da proximidade do templo Tenryu-Ji, o grupo priorizou o tempo disponível para usufruir a atmosfera da floresta de bambus em Arashiyama. A sua altura e folhagens formam corredores iluminados por uma misteriosa mas repousante luz.



Os excelentes transportes permitiram-nos ainda ir a tempo de visitar o Castelo de Nijo (encerra as entradas ao público às 16h00). Este espaço alberga dois palácios, Ninomaru e Honmaru. Este complexo foi construído em 1603 e é composto por dois círculos concêntricos de fortificações.

A experiência do soalho que emite chilrear de pássaros, quando é pisado, foi experienciada por nós no palácio de Ninomaru. É uma técnica utilizada para avisar os residentes da aproximação de alguém, uma espécie de alarme.

Três blocos de jardins onde a sensação de informalidade domina. Iludem-nos dissimulando que são fruto do acaso tanto pela posição e forma de cada árvore como do conjunto. Mas é mesmo só aparente.

Ainda pudemos ver, nos jardins, duas peças da mostra de arte contemporânea a inaugurar no dia seguinte.



Isabel e Luís

Kyoto


Kyoto

11 de Outubro 2017

Kyoto foi capital imperial do Japão desde a fundação até meados do século XII, durante mais de mil anos, foi o centro das artes e cultura.

Dessa época herdou grande espólio da arquitetura em madeira e da arte dos jardins. Tudo isto se enlaça com a Kyoto dos tempos tecnológicos e globalizados. 

Foi essa sensação que tivemos depois de percorrermos a encosta sul de Higashiyama (Templo Tanai-Meguri, Templo kiyomizô-Dera, Templo Kasagi-Ya) e ao descermos percorremos a Rua Ishibei-Kõji, com casas rasteiras de madeira, cuja arquitetura nos remete para o Japão tradicional.
Chega-se à escadaria, patamar que desemboca em Gion, junto ao santuário de Yasaka, e vislumbra-se uma longa avenida com arcadas e comércio variado que atravessa o rio Kamogawa. A partir daqui as lojas são luxuosas e a arquitetura mais contemporânea. Algumas transversais deste troço da avenida são inesperadas ruelas, com casas de madeira (machiya), onde ainda se sente alguma da sombra da alma do Japão.

Zona das gueixas e de outros lazeres de Kyoto. Só já atração turística ou ainda a profissão tradicional de entretenimento em cerimónias de Casas de Chá?



Templo de Ginkakuji, conhecido por Pavilhão de Prata. Jardins com zonas texturadas e inesperados volumes a partir da utilização de cinzentos aglomerados arenosos. As suas tonalidades neutras produzem formas subtis que adquirem realce pelo fundo verdes da vegetação envolvente.

Daqui partimos para fazer o Caminho dos Filósofos (Tetsugaku-No-Michi). Sinuoso, com zonas iluminadas e sombrias. Faz jus ao seu nome.






















Isabel e Luís 







Monte Koya

Monte Koya 
10 Outubro 2017

O despertar no mosteiro foi bem cedo. 
Alguns de nós foram assistir à cerimónia, que durou mais de uma hora. 
Embora não percebendo o que diziam, é interessante sentir aqueles diferentes cheiros, ouvir os mantras e assistir à cerimónia do fogo. 
O monge responsável era suíço e no final ainda ficou a falar com as pessoas que assistiam à cerimónia.
Ao pequeno almoço, servido com a mesma boa apresentação, tivemos a companhia do monge suíço, que nos falou um pouco da escola shingon e da vida e experiência no mosteiro.
A vila é pequena e pacata, com as cores do outono a começarem  a aparecer.
Começamos por visitar  Kongobuji, o mais importante templo budista shingon.
Bem perto, mereceu ainda a nossa visita o complexo de templos Garan, com diversos pagodes, destacando-se o Grande Pagode laranja.
Aproveitando o passe seguimos de autocarro até ao cemitério Okunoin, que alberga mais de 20.000 lápides. Passeamos  por entre algumas delas, mas não tivemos coragem de percorrer os cerca de 2 km e ir até ao mausoléu de Kobo Daishi.
Depois de almoçarmos, iniciámos a viagem para Kyoto.





Emília e Helder

Monte Koya, Japão

Monte Koya
9 de Outubro 2017

Após alguma discussão Monte Koya foi incluído no nosso roteiro. 
Pretendíamos dormir num shukubo ( alojamento em templos), semelhante aos ryokan.
O complexo de mosteiros de Monte Koya é o local mais sagrado para o budismo Shingon. 
Foi aqui, no início do século IX, que o monge Kobo Daishi se instalou e iniciou esta religião.
Para aproveitar o passe JR, partimos de Tóquio no JR Shinkansen até Shin-Osaka e daí para Shin-Imamiya station.
Pela primeira vez utilizamos os comboios ''bala'' japoneses, com a comodidade e pontualidade que os caracteriza.
A partir da estaçâo de Shin-Imamiya o JR Pass não é válido, pelo que tivemos de adquirir um passe por 2860 yenes, que inclui todo trajeto de ida e volta em comboio até Gokurakubashi Station, o funicular até Koyasan, e autocarro para dois dias.
Chegados a Koyasan espera-nos o autocarro da linha 2 que nos leva até á paragem junto do mosteiro.
Hospedámo-nos no Mosteiro Muryoko-Inn.
A receção foi feita por um monge muito afável que nos apresentou as instalações e regras a cumprir e os respetivos quartos.
Estes quartos são separados pelas tradicionais portas deslizantes decoradas, chão em tatami, aonde posteriormente são estendidos os futton para dormimos.
As casas de banho e as zonas de banho são comuns e separadas para homens e mulheres.
O banho no final do dia até ás 22H00, tem um ritual próprio.  Num banquinho com um chuveiro lava-se o corpo e de seguida entra-se numa espécie de tanque ou jacuzzi, com água bastante quente.
Jantámos numa sala idêntica aos quartos uma refeição vegetariana, shojin-ryori. São diversos pequenos pratos, com uma belíssima apresentação e sabores bem diferentes do que estamos habituados.
Após o jantar ainda tentámos ir até ao cemitério. Mas, à distância ainda era grande e desistimos a meio. Resolvemos deixar essa visita para o dia seguinte, até porque mandam as regras do mosteiro recolher até às 22h.00.







Emília e Helder






Tóquio

Japão - 7 e 8 Outubro 2017
Dois dias em Tóquio

O primeiro registo foi a sensação de sentir ao vivo um Terramoto em Tóquio - era quase meia noite do dia 6-10-2017 - estávamos sentados na cama (piso 10 do Hotel) e, juntamente com um barulho, sentimos o edifício do Hotel a balançar: que será? um tremor de terra? 
Somos 9 viajantes e os quartos ficavam todos no mesmo piso do hotel. Saímos todos dos quartos e ajuntamento no corredor - foi um susto, mas passou. No entanto, regressados aos quartos foi um grande movimento de trocas de mensagens watsapp com LISBOA. 

Na manhã do dia 7, temos de registar um momento único na Estação de Metro de Ikebukuro - era o dia de aniversário da Fernanda e para a parabenizar cantámos dois cânticos de Parabéns, um normal e outro especial em "cante alentejano" 

A manhã estava dedicada à visita ao Mercado do Peixe. Não vimos a parte da "Lota" (para isso tínhamos de madrugar), mas percorremos as zonas dirigidas ao consumidor final: uma específica de peixe e afins e outra era um mercado mais abrangente em matéria de produtos e sítios para comer. Merece bem uma visita pela diversidade de produtos, pela forma como estão acondicionados, particularmente o peixe, e também porque se pode ir petiscando e fazer algumas compras. A nossa amiga Angela até teve o privilégio de experimentar um carrinho de transporte de mercadorias e compras fizemos todos.





À tarde, reservámos um espaço para compras (não muito frutífero, pois não encontrámos o que estávamos à espera (vestuário indigo), mas o programa principal foi visitar a Catedral de Santa Maria, localizada no bairro Sekiguchi, zona Waseda. 
Foi muito difícil de encontrar mas vale a pena não desistir, pelo traço arquitetónico (obra do Arquiteto Kenzo Tange, vencedor do Pritzker, concluída em 1964) pelo sentimento de tranquilidade e paz que se respira. 
Como curiosidade registamos uma pequena Gruta exterior dedica à Nossa Senhora de Lourdes.


No percurso para a Catedral, uma surpresa inusitada - um Edifício entre o Barroco é Arte Nova, que nos remete para os edifícios Gaudi em Barcelona. Paredes, janelas, ferro forjado  lindíssimos e no Piso térreo com uma livraria barroca de livros de arte e gravuras e uma barbearia (Arquiteto japonês Von Jour Caux).





À noite, junto à estação de metro Ikeburo, um espetáculo de rua com música e danças tradicionais japonesas representado por vários grupos de adultos - valeu a ver.



Depois do jantar (que não descrevemos porque foi para esquecer), numa bela pastelaria (Express Café), um cafezinho para alguns é um novo cantar de Parabéns à Fernanda, agora com direito a apagar de velas e a comer uns deliciosos bolinhos de abóbora coberto com pedacinhos minúsculos de frutos caramelisados. 




O dia 8 foi dedicado a Harajuku na zona de Shibuiya 

Passámos pelo Santuário de Meiji, num parque (Parque Yoyogi), bastante arborizado e o passeio a pé para chegar ao santuário é, por si só, bastante agradável. O Santuário que vale pela dimensão ( tudo é grande - pórticos, árvores, jardins, templo). 

Seguimos para a zona de Harajuku Importante ver o ambiente onde as teenagers se pavoneiam vestidas de personagens de  Banda Desenhada/ Manga numa larga Avenida onde abundam as grandes marcas instaladas em belíssimos edifícios próprios, de Arquitetos Prémio Pritzker (há quem lhe chame os "Champs Elysées") e, porque não, fazer algumas compras (destaque para uma loja com peças japonesas - louça de porcelana e madeira, quimonos, ....)









 Piedade e Fernanda

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Kamakura


Sessenta quilómetros, cerca de uma hora. Ikebukuru (Tóquio)-Ofuna Kamakura. Combóio local.
De novo, casas de habitação a acompanhar-nos em todo o percurso. No combóio seguem jovens para a escola. Metemos conversa. “Do you speak english?”. Têm treze anos de idade. Perguntam-nos de onde somos. Conversa difícil – o nosso inglês não é grande coisa e o dos jovens ainda menos. 
Entretanto decidimos descer em Kita-Kamakura. Os templos mais bonitos ficam perto. Por coincidência as meninas e meninos descem para a sua escola que é também em Kito-Kamankura.
A 5oo metros o templo de Kencho-ji. Templo sereno. Madeiras fortes e belas. Lago e jardins muito bonitos. Lindo bilhete de entrada.
Entretanto aparecem as jovens e rapazes do combóio. Querem tirar uma fotografia connosco. São muito agradáveis e simpáticos.
No átrio do templo uma classe de meninos de 5 ou 6 anos tem uma aula de educação física. Quatro ou cinco professoras. Uma dirige a aula, marcando o início de cada exercício com um toque num pequeno bombo. Os meninos iniciam o exercício que pode ser individual, com par ou com três elementos. Quando acabam, erguem os braços e gritam ah!. Os professores batem palmas de incentivo, bate o bombo e inicia-se um novo exercício diferente e repete-se o final. E novo exercício diferente. E as crianças não se enganam. 
O que significa esta lição em termos de “disciplina de comportamento”? Qual a sua importância para a vida futura destas crianças?
Seguimos a pé para Kamakura. Novo templo budista, Engaku-ji. Belas madeiras. Grandes cedros de mais de um milénio. No alto o grande sino. Bela vista.
Na estrada um pequeno restaurante para almoço.
Em frente, uma escadaria lateral de acesso ao templo xintoísta Tsurugaoka Hachiman-gu. Enorme e cheio da cor vermelha do lacado da madeira. Muitos visitantes oferecem os seus votos, não sem antes se terem purificado nas fontes existentes em todos os seus acessos.
Descemos para o centro de Kamakura com achuva miudinha sempre a acompanhar-nos e apanhamos o combóio para Hase. A bela praia da baía de Kamakura.
Visitamos o Grande Buda, impressionante estátua de bronze de 11,4 metros de altura. 

De volta à estação, sempre à chuva, seguimos para a praia. Areia escura, mar calmo de fim de tarde com 2 surfistas e um pescador a arrumar as suas artes de pesca.
Rosa e Alberto