terça-feira, 25 de outubro de 2016

Laos, Viantiene a Pakse



Laos, Viantiene a Pakse – Uma viagem de loucos

No percurso de Viantiene a Kong Lor Cave as montanhas, corpos rochosos de calcário negro, estão enquadradas numa paisagem verde dos campos de arroz.

Pernoitámos no River Resort situado a cerca de 2 Km das Kong Lor Cave. Espaço muito agradável, com habitações construidas sobre estacas de madeira junto ao rio. Turistas maioritariamente jovens.

Quem quiser visitar Kong Lor Cave aconselhamos que reserve, pelo menos, dois ou três dias para recuperar as forças perdidas para aí chegar. Não faz sentido apenas pernoitar uma noite num lugar que, para daí sair, se tenha de percorrer dezenas de km em estradas difíceis. Acabámos por não visitar as Kong Lor Cave porque, nesse dia, tínhamos pela frente 500 Km para chegar a Pakse.

Nesses intermináveis Km, passámos por Thakhaek e Savanna Khet, cidades de influência francesa dos princípios do séc XX, para as quais não houve tempo, disposição e forças para as conhecer minimamente. Na primeira almoçámos e na segunda visitámos uma stupa.
Chegámos a Pakse por volta das 20,30h depois de 12 horas de viagem completamente exaustos.
Confiámos na agência a quem comprámos o aluguer de carrinha e motorista e passámos dois dias com um ritmo de papa-léguas que nem tontos a colecionar sítios. Enfim, assim sem tempo para o tempo que a experiência sempre precisa fomos engolindo tudo sem mastigar. O que também não deixa de ser uma experiência que enfatiza o ritmo que temos entranhado e do qual tentamos a ilusão de fugir nas ditas férias.
Nem de propósito recebemos de um ausente viajante uma mensagem com a seguinte citação: “A viagem é a fidelidade do sedentário, que confirma em toda a parte as suas raízes e os seus hábitos e procura enganar, com a mobilidade do espaço, a erosão do tempo, para repetir sempre as coisas e os gestos familiares: pôr-se à mesa, conversar, amar, dormir.” Claudio Magris, Danúbio.

Progressivamente o ritmo foi acalmando.
Em Si Pham Dom (4 mil ilhas), na localidade de Muang Khong, lugar onde o rio Mekong é forte, agressivo e com uma força de corrente impressionante o ritmo mais lento dos nómadas equilibrou a vertigem do sedentário.
Devido à morfologia do terreno e à sua extensão, não se consegue ter uma visão deste grande conjunto de ilhas. No fim da manhã regressámos à estrada número 13, em direção a Pakse, com paragem para almoçar numa aldeia de pescadores, junto ao rio, onde comemos peixe frito (Por) retirado de um cesto de bambu mergulhado no rio.
Para passarmos para a outra margem do Mekong em direção a Champassak, a carrinha que nos transportava encaminhou-se para uma jangada de madeira que usava como flutuadores uma antigas barcaças. Nós e mais um casal de mochileiros chegámos à outra margem em pouco mais de 15 minutos, naquele artesanal engenho.
Reconfortante foi chegar ao complexo religioso do séc. XII, Wat Phu, em Champassak onde pernoitámos num excelente Resort à beira do Mekong.

No dia seguinte deambulámos pelo planalto de Bolaven. Cascatas de Tad Yuang e Tad Fane.
Paragem em Phasuam, quedas de água inseridas, desde 1999, num complexo que integra cerca de 13 tribos. Esta vila étnica surgiu depois de o governo do Laos ter convidado, em 1996, o empresário Tailandês, a investir no turismo desta região. Este empresário, que conhecemos no restaurante do aldeamento, acabou por contrair a malária que lhe provocou perda de visão.
Terminámos o dia com uma incursão por plantações de café de que esta região é grande produtora.

E assim nos despedimos do Laos pois, no dia seguinte, fizemos a viagem de avião até Siem Reap, no vizinho Camboja.
















segunda-feira, 24 de outubro de 2016

VIENTIANE, LAOS


VIENTIANE, LAOS


Queríamos ganhar algum tempo, por isso voámos de Luang Prabang para Viantiane. Um voo de 30m da Laos Airlines.

Vientiane, situada numa curva do rio Mekong, não podia ser mais diferente de Luang Prabang. Barulhenta, muito tráfego, muita confusão.

Apercebemo-nos depois, que decorria uma das festividades mais importantes, a «Bun Nam», que festeja o final do retiro budista durante as monções. A festa dura 3 dias e 3 noites. À noite a confusão é enorme. Carros, motas, tuk tuks, multidões, música alta, feiras, bancas, banquinhas,…  

 


Só no dia em que a saímos de Viantiane conseguimos dar uma volta com uma cidade mais calma.

Visitámos Patuxai, o arco do Triunfo de Viatiane.

Seguimos para Pha That Luang, a grande stupa, o monumento mais importante do Laos. Mas, não podemos usufruir de todo o seu esplendor, pois estava em processo de reabilitação.

Seguimos para Xieng Khuan, a 25 km de Viantiane e mais uma vez o Mekong nos acompanhou e ali tão perto, do outro lado do rio a Tailândia.

Xieng Khuan é um parque completamente extravagante, que mistura a iconografia e a mitologia hindu e budista. Digno de ver!

E terminando com as nossas experiências gastronómicas, numa cidade conhecida pela sua boa cozinha. O restaurante La Signature, de cozinha francesa, a comida era boa, mas bastante caro.

No restaurante Lao Kitchen a experiência gastronómica foi optima, com pratos tradicionais do Laos e gente muito atenciosa
DE VIANTIANE A VANG VIENG

Alugámos uma carrinha com motorista para irmos até  Vang Vieng, parando nos pontos interessantes pelo caminho.

O primeiro foi a cascata de  Khu Hin Khan. Saímos da estrada principal para um caminho asfaltado de cerca de 10km.


O segundo ponto que visitámos foi em Vang Sang um conjunto de 10 esculturas de Buda talhadas em alto relevo nas rochas, que se pensa serem do sec.XVI.



Nestas estradas todos estes desvios são morosos e o que vimos não nos deixou deslumbrados.
Já o terceiro ponto de paragem é de uma grande beleza, Ang Nam Ngum. Um enorme lago artificial criado pela construção da barragem de  Nam Ngum. É uma vista soberba, em que os picos mais altos do antigo vale se transformaram em pequenas ilhas arborizadas. Um belo almoço sobre o lago e um passeio de barco.



No caminho de regresso parámos ainda num mercado local, que se efetua de tarde. Foi tão interessante todo aquele colorido e o contato com os tipos de comida. Havia de tudo, desde os legumes e frutas com os seus coloridos, passando por galinhas vivas,  gafanhos, carochas, ras,….











VANG VIENG

Chegados a Vang Vieng já  noite, apercebemo-nos de toda a animação e de um movimento mais “mochileiro”.

Logo pela manhã podemos assisitir às regatas no rio Sing, que fazem parte das festividades “Bun Nam” e aqui bem mais tranquilas.



A paisagem é de uma grande beleza com as enormes montanhas calcárias que emolduram a cidade.
Atravessámos, nós e carrinhas,  a Namsong bridge, uma ponte de tabuas de madeira presas por cabos de aço.



   



quinta-feira, 20 de outubro de 2016

LAOS, Luang Prabang

Luang Prabang, Laos


Chegámos a Luang Prabang vindos de Banguecoque num voo de cerca de uma hora.
O rio Khan desagua no Mekong e a cidade situa-se numa espécie de ilha entre os dois rios.
Cidade pequena é bem planeada. Uma grande avenida central de onde partem ruas mais estreitas em direção aos dois rios. Não há construção em altura, as casas de raiz tradicional têm dois pisos com o segundo avarandado. É evidente a influência colonial, francesa, na arquitetura civil.
Toda a cidade está estruturada em função do turismo. Limpa e organizada com poucos turistas ainda. À época alta está a começar. Surpreendeu-nós o ar calmo e silencioso da cidade. Descobrimos depois porquê. Aqui não se apita no trânsito coisa estranha por estas bandas!
Visitámos o mercado noturno. Todos os dias uma parte da avenida central é fechada ao trânsito e aí realiza-se um mercado com todo o tipo de artesanato que se faz por estas bandas.
Limpo e muito arrumado, a mercadoria é exposta de tal forma sedutora que apetece comprar tudo.
Jantámos no Tamarino, restaurante de referencia da cidade, umas coisas estranhas mas saborosas.
No dia seguinte subimos trezentos e vinte degraus de uma colina que leva ao templo Phusi. Na entrada vendiam-se oferendas ao Buda, uma das quais era uma pequena gaiola feita de bambu “ancestral matéria prima com que aqui se faz tudo” com um passarinho dentro que levámos para libertar lá em cima.Chegámos desfeitos em suor e depara-mo-nos com uma surpreendente paisagem de Luang Prabang ladeado pelos dois rios, o Mekong maior é o seu afluente Khan.
Visitámos o centro de artes tradicionais e etnologia. Expostos entre outros artefactos, trajes tradicionais, fabulosas peças de “design”.
Vimos ainda o museu do palácio real, local de pouco interesse, onde tivemos que nos descalçar e cobrir como se fosse um espaço de culto. Por fim visitámos o mosteiro Vat Shing Tong, o mais importante da cidade, decorado exteriormente com mosaicos de vidro colorido.
No dia seguinte fizemos um passeio de barco pelo Mekong aportámos numa aldeia “tradicional” transformada em feira e umas grutas santuário.
Descer e subir o rio foi a parte mais agradável. Floresta verde e densa contratando com a cor do rio.
Com o final das monções e com o esvaziamento do rio, nas margens vão-se criando pequenos socalcos que os camponeses aproveitam para as suas culturas naquela terra macia, escura e fértil. O rio Mekong tem a cor da terra por carregar nele muitos sedimentos. Imaginamos o caudal durante as monções pela quantidade de troncos de árvores pousadas nas margens, algumas arrancadas pelas raízes.

a de Freitas



















segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Poema de Miguel Torga

Viagem

É o vento que me leva.
O vento lusitano. 
É este sopro humano 
Universal 
Que enfuna a inquietação de Portugal. 
É esta fúria de loucura mansa 
Que tudo alcança 
Sem alcançar. 
Que vai de céu em céu, 
De mar em mar, 
Até nunca chegar. 
E esta tentação de me encontrar 
Mais rico de amargura 
Nas pausas da ventura 
De me procurar... 

Miguel Torga, in 'Diário XII'



domingo, 2 de outubro de 2016

Geografia e demografia do Laos


Alguns dados genéricos sobre o Laos
O Laos é uma nação sem saída para o mar , localizada no sudeste asiático. Basicamente é formado ao oeste pela planície florestal do mais importante rio do país, o Mekong, e os planaltos escarpados da região central, onde se localiza o ponto mais elevado no monte Phou Bia (2.817 metros), e em toda fronteira leste com o Vietname.
Cobre 236.800 km², fazendo fronteira com MianmarCambojaRepública Popular da ChinaTailândia e Vietname.
A migração e conflitos internacionais contribuíram para a composição étnica atual do país e para a distribuição geográfica de seus grupos étnicos.
Clima tropical. A estação chuvosa começa em abril e termina em outubro. As chuvas são mais importantes no sul de Laos do que no norte. No Laos, o clima é muito cálido durante os meses de abril, maio e outubro. A estação seca é agradável com temperaturas relativamente suaves. Na altitude, as temperaturas são mais frescas entre dezembro e janeiro.

  • População: 6.677.534 hab. (2008)
  • Densidade demográfica: 28 hab/km²
  • Idade média da população: 19,2
  • Crescimento demográfico: 2,34%
  • Expectativa média de vida: 56,29
  • Idioma(s) Oficial (ais): laociano/francês/inglês
  • Etnia(s): Lao Loum, 68% - Lao Theung, 22 % - Lao Soung, 9 %
  • Religião(ões): Budismo, 65% - Animista, 32,9 % - Catolicismo e outros, 2,1 %

wikipedia