quinta-feira, 9 de novembro de 2023

México - Em torno de Valladolid

 3 - Em torno de Valladolid: Ek Balam, Espita, Tizimín e rio Lagarto

No terceiro dia fomos visitar as ruínas de Ek Balam a cerca de 27 Km de Valladolid.

Ek Balam significa jaguar negro. A sua fundação remonta a 300 aC. 

A Acrópole tem 32 metros de altura e cerca de 100 degraus que ainda podem ser percorridos. 

Noutro continente em 220 a.C. começou a ser construída a Muralha da China.







Depois fomos até Espita que está integrada nas cidades mágicas do México. Local acolhedor onde pudemos sentir um ambiente sem grandes interferências dependentes da indústria do turismo. 








Seguimos depois até Tizimín onde almoçamos. 




Para terminar o dia fomos fazer um agradável passeio de barco pelas águas salgadas do chamado rio Lagarto numa localidade que antes da chegada dos espanhóis se chamava Holkoben.









quarta-feira, 8 de novembro de 2023

México - Em torno de Valladolid

 2 - Em torno de Valladolid: Chichén-Itzá, cenote Ik Kil

Chichén-Itzá fica a cerca de 45 Km de Valladolid.

Considerando a dimensão e diversidade de funções dos edificados, este deverá ter sido um dos polos urbanos mais importantes dos Maias nesta planície do norte. Os vários estilos arquitectónicos testemunham as camadas de tempo dessa ocupação com início em 600-900 (período clássico) até 900-1200 (período pós-clássico).


Chichén-Itzá terá sido abandonada em 670 d.C. e reconstruída três séculos depois, altura em que se tornou na mais importante cidade do nordeste do Yucatán e no epicentro da cultura Maia, centro financeiro e das rotas de comércio de mercadorias – uma ascensão relacionada com o declínio de outros centros regionais nas planícies do sul do Yucatán. Para isso terá contribuído o facto de, após a região ser tomada pelos Itzá – um povo de forte tradição militar - ter sido estabelecido um sistema de tributação que gerava riqueza para a região, facilitando o seu desenvolvimento.


Nestas terras planas a profusão da vegetação impõe-se como horizonte mas, ao entrarmos no complexo de Chichén-Itzá desembocamos num amplo espaço onde emerge o imponente volume da pirâmide de Kukulcán. Dedicada ao deus com o mesmo nome e que em Maia significa serpente emplumada. 

Podem ainda ser percorridos o campo do jogo da bola, o templo dos guerreiros onde se faziam cerimónias de sacrifícios humanos, a Praça das mil colunas que seria uma zona de mercado e Observatório astrológico ou templo de El Caracol.






Este primeiro impacto com a antiguidade da civilização Maia despertou-me o apetite para rever as dimensões da linha do tempo geológico e as da espécie humana.


Do íntimo da densidade das florestas se vão resgatando as ruínas que nos confrontam com amontoados de mundos desmoronados, volumes esvaziados cheios de tempo e compactos empilhamentos cujo vértice aproxima de supra mundos desconhecidos. 

Assim, frente ao tempo, mergulhamos num cruzamento de sentidos onde a imaginação ganha asas como uma “cobra emplumada”.

Perante a dimensão da pirâmide de Kukulcán, ou dentro das ruínas de sacrificiais ritos ou, por entre as plataformas do “tribunal” onde se decidia a sentença num jogo com bola, emanam desafiantes interrogações sobre os rostos, as mãos e os pensamentos que deram forma aos enigmas que nelas guardaram. 

Frente à imponência da pirâmide, a linha do tempo parece que se revela no olhar das iguanas que nos fitam e dão a ver desde a fractura da Pangea (130 milhões de anos) até à evolução da espécie humana (300 mil anos em África) e sua distribuição pelas superfícies em separação dos continentes. 





Somos apenas os resultados destes tantos passados que vamos desenterrando e mergulhando nas ondas da imaginação e nos voos do anacronismo. 


“A história da arte está sempre por recomeçar. Cada novo sintoma reconduz-nos à origem” (Georges Didi-Huberman).


cenote Ik Kil

No final deste dia fomos usufruir da frescura de outro cenote. Locais mágicos onde, na nossa imaginação, se sente a simbiose do “infra-mundo com o supra-mundo”.




México - Valladolid

 1 - Valladolid: a cidade e o cenote de X’Keken

A entrada no México foi feita por Cancun, onde pernoitámos para, no dia seguinte, irmos até Valladolid.

Iniciámos a incursão pelos territórios da civilização Maia localizados na Península de Yucatán, nas “Terras Baixas Maias do Norte ou Planícies do Norte. 


O primeiro dia foi dedicado à zona antiga da cidade de Valladolid. As suas ruas em quadrícula ladeadas por casas rasteiras são salteadas com as vibrações dos contrastes de cores fortes que ajudam a salientar as formas e desenhos de frisos decorativos como dos volumes que as ornamentam. 

Percorrendo a Calçada de los Frades se chega à Igreja  de San Bernardino de Sierra.

Praça que num dos topos tem a Catedral e no lado oposto o Mercado. 


Na paisagem urbana permanecem os traços da cultura dos colonizadores mas, nos modos de ser da comunidade emanam as fragrâncias das suas ancestrais heranças. Uma simbiose de modos de ser. 


Entre as visitas às ruínas de Chichen-Itzá e de Ek Balam e o banho nas águas do cenote X’Keken e de Hik Kil, fomos usufruindo dos espaços calmos e acolhedores desta cidade de Valladolid a diferentes horas do dia. 


Os pequenos almoços foram degustados num espaço acolhedor, perto do hotel, na Calle 39, o CarolinCacao, com um pequeno jardim muito saboroso. Destacamos o restaurante Yerbabuena, onde almoçamos no primeiro dia, perto da igreja San Bernardino de Siena.











No primeiro dia, a meio da tarde, ainda fomos visitar e usufruir das águas no cenote X’Ken. 





México, civilização Maia na Península do Yucatán

 O México e a civilização Maia 


A dimensão temporal da civilização Maia remonta há cerca de 3.000 mil anos a.C., e o território onde deixou vestígios de ocupação estende-se por uma área de cerca de 300.000 Km quadrados. 

Noutro continente, no Egipto, eram construídas as primeiras pirâmides (2686 a 2181 a.C.).


De uma forma muito genérica distinguem-se três períodos no desenvolvimento da cultura Maia: Período Pré-Clássico (2.500 a.C - 250 d.C.), Clássico (250 - 1000 d.C.), considerado o período áureo e o Pós-Clássico (1000-1519 d.C.). 

Durante este longo período temporal a civilização Maia foi tendo a sua sede em diversas zonas; nas épocas mais recuaras, as cidades principais floresceram nas regiões costeiras do Pacífico e do Belize e nas Terras Altas da Guatemala; seguidamente, as regiões do norte da Guatemala e do sul do Estado de Campeche (Terras Baixas do Sul) adquiriram um papel de destaque. No período Clássico, o maior desenvolvimento urbano foi registado nas Terras Baixas do Sul e, posteriormente, nas Terras Baixas do Norte. 

Actualmente esses territórios integram os seguintes países: parte sul da actual república do México (em particular os estados de Tabasco, Chiapas, Yucatán, Campeche e Quintana Roo), toda a Guatemala, parte das Honduras, Belize e El Salvador. (Ver mapa da publicação anterior)


Mapa da civilização Maia na Península do Yucatán