México, Tulum, Puerto Morelos

De Tulum a Puerto Morelos

Uma espécie de preparação para finalizar a viagem e o regresso a Portugal. 

Mergulhar na linha do tempo, desde as muitas e imponentes construções da civilização Maia até às cidades que testemunham os tempos da Nova Espanha, passando pelos caminhos tortuosos das montanhas das terras de Chiapas, agora, era preciso respirar fundo e relaxar naquilo que o México também tem na península Iucatan, belas praias de que ainda não tínhamos usufruído. 

Para conseguirmos esse intento, mas estando em Tuxtla Gutierres, a cerca de 1.100 Km do destino perto do voo de regresso a Portugal, decidimos apanhar o avião até Cancun e rumar até Tulum,  para daí explorarmos a costa do mar das Caraíbas. 

Começámos por fazer a viagem de carro, durante a noite, pois o nosso voo foi inesperadamente alterado. Superada essa adversidade ficámos alojados numa casa moderna e ampla, numa zona de construção recente ainda com muitos edifícios em acabamento. Verificámos depois que as obras em novas zonas urbanas estavam por todo o lado.

Nesta casa deixámos de ter as condicionantes de um hotel. Voltamos a cozinhar, a ir às compras, enfim uma fase de adaptação ao regresso que se aproximava. 

Queríamos uns dias de praia, de mergulho e sem grandes viagens. 

Tulum está dissolvido na imensidão de novos aldeamentos. Ainda conseguimos descobrir um mercado com legumes e frutas e umas ruelas remanescentes da antiga pacatez da vila piscatória. 

Tentámos o descanso nas praias, mas tudo era reservado a hotéis e restaurantes e, cujo acesso, dependia de um consumo mínimo que nos permitia usufruir dos espaços concessionados. 

Na “playa del Paraiso “ experimentámos as águas azul turquesa e mornas das Caraíbas e onde acabámos por almoçar e ficar durante a tarde porque o consumo mínimo foi elevado.

No segundo dia fomos à praia de Akumal tentar ver tartarugas. Parece que só um dos viajantes teve a impressão de ter avistado uma, mas não tinha a certeza. 

Turistas aos bandos a coscuvilhar o que na intimidade das águas acontece. Claro que, mesmo sendo animais, todos gostam da sua privacidade. 

Dois dias chegaram e sobraram para esta vida de praia condicionada. 

No último dia, no percurso até Cancun para o voo de regresso, previsto para as 22h, fomos em busca de encontrar um recanto de liberdade e conseguimos respirá-la em Puerto Morelos. 

Recanto reconfortante, onde a actividade turistica ainda não se sobrepôs à vida dos que lá habitam. 

Sítio encantador para terminar esta viagem ao México centrada na península de Iucatan.

 

México – À volta de San Cristóbal de Las Casas

1 -  As aldeias de Zincantan e Chamula

Visitámos as aldeias de população maia tsotzil, de Zincantan e Chamula, a cerca de 10 km de San Cristóbal de las Casas.

 

Zincantan é conhecida pelo seu artesanato, sobretudo têxtil e pelo cultivo de flores.

 

Chegados a Zincantan num sábado de manhã, tivemos a oportunidade de assistir às cerimónias religiosas que decorriam na igreja de San Lorenzo, aonde podemos observar o sincretismo entre a religião católica e os costumes maias.

 

Lindo de se ver é o colorido das vestes! todos vestidos com os seus fatos tradicionais! Os maias tsotziles são conhecidos pelos seus coloridos bordados huipiles, uma espécie de túnica e os homens por largas e coloridas túnicas  com pompons.

 

Ainda regressámos a Zincantan no domingo, por ser dia do mercado ao ar livre, no largo junto à igreja de San Lorenzo, aonde os habitantes das aldeias próximas vem, com os seus trajes regionais. Estava um dia chuvoso, mas mesmo assim ainda compramos algum artesanato têxtil!

 

Seguimos para Chamula e fomos diretos à igreja de San Juan de Chamula, que não é reconhecida pelo Vaticano, aonde se realizam rituais de sacrifícios de animais.

O interior  tem altares ao longo das laterais da igreja decorados com belos arranjos.

Decorriam também cerimónias religiosas.

O chão estava coberto de uma relva e ao longo da igreja assistia-se a rituais com as pessoas sentadas rodeadas de velas e aonde, sacrificavam animais, neste caso galos.

Impressionantes estes rituais e costumes milenares!         

 

            

 

2 – Canhão Sumidero

 

No dia que visitámos o parque nacional Sumidero estava enovoado, pelo que não podemos desfrutar em todo esplendor das vistas dos 5 miradouros.

Explorámos os 5 miradouros, permitindo-nos admirar as curvas do rio Grijalva que se abre entre as paredes verdes de Sumidero: La Ceiba,
Coyota, Roblar, El Tepehuaje e Los Chiapas.

Fomos ainda até Chiapa de Corzo, para fazermos o percurso de  barco até ao canhão Sumidero.

Vale a pena fazer visitar o canhão das duas formas, de barco e por cima através dos miradouros.

                  

        

     

 

México –  San Cristóbal de Las Casas

 

1.   Casa Na Bolom

Ficámos alojados na Casa Na Bolom, um hotel museu. Foi a casa do arqueologista Frans Blom e da sua mulher Gertrude Duby Blom, fotógrafa documental.

Desde o inicio que o sonho de Frans Blom era que a casa funcionasse como um centro cultural, social e académico. Frans Blom foi um dos primeiros arqueologistas a  proceder a escavações em Palenque. Trudi Duby,  a convite do governo Mexicano, fotografou os Maias Lancandon, os únicos Maias que nunca foram conquistados e convertidos pelos espanhóis.

No hotel os quartos tem o nome de cada comunidade e decorados com o seu artesanto: Mitonic, Oxchuc, Huixtan,etc.

Os páteos e os corredores são decorados com ofertas de arte e artesanato dos amigos Lancandón e de outros convidados e com inúmeras fotografias a preto e branco.    

Mesmo não ficando alojado vale a pena  visitar. 

 2.   San Cristobal de Las Casas

San Cristóbal de Las Casas foi fundada em 1528 e possui uma grande população de origem indígena, o que é bem presente  no artesanato, na culinária e na pintura dos edifícios onde predominam as cores fortes. É este colorido que a torna uma cidade que nos enche os olhos!

Conhecer a cidade é caminhar pelas ruazinhas, pela Rua Guadalupe, Hidalgo, 20 Novembro, … e ir apreciando e parando com o que nos vamos cruzando: uma igreja, uma cafetaria, um mercado, uma lojinha.

E subir ao Monte e templo de Nª Srª Guadalupe e apreciar a vista de toda a cidade. No dia em que visitámos o templo, estava chuvoso e nebulado, mas a vista não deixava de ser bela e com um toque melancólico.

         

                

                

     

 

México – A caminho de San Cristóbal de Las Casas

 Cataratas Água Azul

 

Apenas a 40 km de Palenque fizemos a nossa primeira paragem nas Cataratas Água Azul. Este nome advém da tonalidade azul brilhante da água. Esta cor incrível deve-se ao alto teor mineral da água, que se deposita na rocha. Os depósitos ricos em calcário também conferem às cascatas um formato interessante.

As cascatas escalonadas, declaradas reserva natural da biosfera em 1980, formam-se dos afluentes do rio Otulún, Shumuljá e Tulija, criando um espetáculo natural impressionante, com a força das suas águas azuis, que contrastam com a paisagem exuberante que as rodeiam.   São de uma enorme beleza

O Caminho até San Cristóbal de Las Casas

 

 

Tínhamos ainda um longo percurso para chegarmos a San Cristóbal de Las Casas, de quase 5 horas de viagem.

Aproveitamos para trocar impressões sobre o nosso trajeto com um guia turístico que ali estava. Apanhamos uma desilusão quando nos disse que não podíamos fazer aquele trajeto, porque a estrada estava bloqueada, por questões sociais. Em conjunto com ele ali delineamos uma rota alternativa.

Foi dura a viagem!

Estradas péssimas, cheias de buracos, lombas a toda a hora!

Atravessávamos a zona pobre de Chiapas, berço do Zapatismo.

Ainda apanhámos um valente susto, quando na estrada à nossa frente vimos 2 troncos com pregos, 1 de cada lado da estrada e com 2 homens de cada lado. Parámos e um homem dirigiu-se ao nosso condutor dizendo que para passarmos tínhamos que pagar. Perguntámos quanto e foi-nos pedido 100 pesos!.

Pagámos tão depressa quanto podemos e arrancamos!

Chegamos finalmente ao fim de um longo e duro dia de viagem a San Cristóbal de Las Casas.