quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Índia

Velha Goa, Igreja de Nossa Senhora do Monte

Foi restaurada com o apoio da Fundação Oriente nos anos de 1997 a 2002.
A partir do adro desta igreja podemos usufruir uma interessante paisagem sobre Velha Goa. Entre a vegetação frondosa por onde serpenteia o rio Mandovi surgem as torres e fachadas das igrejas, entre outras, as de Nossa Senhora do Rosário, Espírito Santo e Sé Catedral.
A configuração actual da igreja data do século XVI mas foi alvo de várias alterações ao longo dos tempos.
A sua fachada apresenta muitas semelhanças com a Sé Catedral de Goa.






Índia

Velha Goa, Capela de Santa Catarina

A Capela de Santa Catarina foi a primeira construção cristã na Índia. Situa-se a norte do Convento de S. Francisco Assis.
Quando em 1510 o exército de Afonso de Albuquerque tomou Goa este mandou erguer esta capela dedicada a Santa Catarina de Alexandria, junto à muralha muçulmana por onde entraram as tropas portuguesas.
Inicialmente construída em taipa com telhado de palha foi substituída pelo edifício em alvenaria em 1550 por ordem do governador Jorge Cabral. Em 1607 voltou a ter uma nova remodelação que se mantém no essencial até aos nossos dias. Trata-se de um edifício em planta retangular de nave única com cabeceira quadrangular e o Altar Mor tem um tecto de pedra em abóbada de berço,  formando caixotões. O tecto da nave é em madeira em forma de masseira.
A fachada com três corpos separados por pilastras cujo o corpo central possui porta de verga recta com frontão triangular interrompido é encimado por uma janela. A fachada apresenta também duas torres sineiras de secção quadrangular. A cobertura é de duas águas.


  

   



Índia

Velha Goa, Igreja do Espírito Santo e Convento de São Francisco de Assis

O conjunto arquitectónico do convento de São Francisco de Assis e da Igreja do Espírito Santo, em Goa, foi fundado em 1518 por Frei António Louro e construída em 1521.
A primitiva construção manuelina não resistiu e dela apenas resta o portal manuelino encimado com esferas armilares. A sua reconstrução data de 1661.

A fachada actual tem três pisos e duas torres de secção octogonal.
O interior é de uma nave abobadada com capelas laterais no transépto.
Na Capela Mor existe um retábulo de talha dourada (século XVII) e um conjunto de pinturas sobre a vida e obra de S. Francisco Assis.















Índia

Velha Goa, Sé Catedral

A Sé é uma Catedral dedicada a Santa Catarina de Alexandria. É uma grandiosa construção da arquitectura portuguesa no oriente, que pretende enfatizar o poder e a riqueza.
De estilo maneirista, como a todas as outras construções de influência portuguesas, começou a ser construída em 1562 durante o reinado de D. Sebastião. A fachada com três portais e actualmente apenas uma torre, pois a outra ruiu no século XVIII, e nunca foi reposta.
Todo o edifício foi construído em laterite e mais tarde pintado. Os elementos nobres da fachada, como portais, janelas e edícula foram construídos em granito vindo de Baçaim.
É uma igreja com planta em cruz latina de três naves de igual altura com várias capelas laterais, transépto e capela mor profunda. Existem várias pinturas dedicadas a Santa Catarina de Alexandria em ambos os lados do altar. À direita existe uma capela da Cruz dos Milagres onde se diz ter aparecido Jesus Cristo em 1919. Há também seis grandes painéis esculpidos com cenas da vida de Santa Catarina num enorme retábulo em talha dourada no altar mor.
Junto à entrada do lado direito existe uma pia baptismal executada em 1532 que foi utilizada por Francisco Xavier para baptizar os goeses convertidos.





  



Índia

Velha Goa, Igreja e Casa Professa do Bom Jesus

A Casa Professa é o primeiro elemento deste conjunto construído a partir de um projecto de 1586.
O Convento desenvolve-se em torno de um claustro com dois pisos de galerias.
A Igreja de nave única com planta retangular começou a ser construída em 1594 sendo concluída em 1605. As duas capelas laterais situadas junto à Capela Mor simulam os braços do transépto, todos decorados com talha dourada. A ligação desses espaços com a nave faz-se através de arcos de volta inteira. Sobre o pórtico de entrada situa-se o coro alto assente em pilares e abobadas de aresta.
No exterior o conjunto dos três contrafortes que sustentam a parede norte foram colocados em 1862 para evitar a degradação do edifício devido às características climatéricas da região, cujas chuvas persistentes iam deteriorando o reboco e alvenaria das paredes exteriores.
A fachada de três pisos divididas por pilastras revela várias influências europeias, ao nível térreo os portais são de influência italiana as janelas retangulares no segundo piso foram trabalhadas à maneira dos franceses e, no terceiro piso, o gosto flamengo é visível na ornamentação e janelas circulares. A maior parte da fachada superior forma um quadrilátero encimado por um frontão triangular esculpido em basalto com um medalhão que exibe as insígnias da Companhia de Jesus.
A vida e a obra de São Francisco Xavier está ilustrada através de um conjunto de pinturas e esculturas nos espaços da Casa Professa e da Igreja. O seu corpo encontra-se aqui depositado, desde 1669, numa das capelas dos braços do transépto.


  
     




  

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Índia

Velha Goa, Convento e Igreja de Santa Mónica

O Convento de Santa Mónica foi o único que, em Goa, acolheu religiosas. Situa-se no Monte Santo a uma curta distância do Convento masculino de Nossa Senhora da Graça, do qual dependia, tendo por tal facto adoptado a mesma regra conventual.
O Convento de Santa Mónica é constituído por quatro grandes alas em torno de um claustro central.
A igreja de uma nave única com planta retangular tem o coro contíguo às paredes do convento e não sobre a entrada como era habitual, permitindo assim, às freiras assistir aos ofícios religiosos de uma forma mais recatada.
Os portais que dão acesso ao seu interior situam-se na fachada lateral. Nesta mesma fachada foram posteriormente construídos contrafortes que reforçaram a estrutura do edifício protegendo-o das adversidades climáticas.







Índia

Velha Goa, Convento e Igreja de Santo Agostinho (1597-1602)

Este enorme conjunto arquitectónico é também conhecido por convento e Igreja de Nossa Senhora da Graça que integra o vasto grupo arquitectónico, de Velha Goa, declarados património da humanidade.
Construído no topo do Monte Santo pelos frades Agostinhos, era considerada, à época, uma das três maiores igrejas do mundo ibérico. Foi abandonada em 1835, na sequência da expulsão das ordens religiosas pelo governo de Portugal. Do abandono resultou, poucos anos mais tarde, o colapso da abóbada em 1842 e o corpo da igreja acabou por desabar em 1871 tendo o sino sido transferido para a torre da Igreja Matriz de Pangim. Em 1931 parte da fachada principal ruiu e, por fim, em 1938 as restantes partes da fachada principal. Das suas quatro torres, a que resta desamparada mas imponente, atesta da grandeza desta construção.
Era uma estrutura construída em laterite com quatro andares medindo cercal de 46 metros de altura. No seu interior existiam oito capelas e quatro altares ricamente decorados.
O convento contíguo à igreja ocupava um amplo espaço com numerosas celas. Hoje só é possível ver parte das paredes em ruína.


 



Índia

Velha Goa


O Vice-Rei da Índia, Afonso de Albuquerque, conquistou Goa em 1510.
Foi nos séculos XVI e XVII que se construiu um grande número de importantes edifícios religiosos. O conjunto arquitectónico de Velha Goa reflete o cruzamento da cultura ocidental e asiática. A traça e o sistema construtivo estão ancorados em soluções ocidentais, no entanto, a pintura, a escultura, o mobiliário e a decoração transmitem-nos o gosto do exotismo asiático. É esta simbiose que caracteriza a originalidade da arte indo-portuguesa. Do vastíssimo património produzido durante a presença portuguesa o que ainda permanece é a arquitectura religiosa. A Sé de Goa (1562) que segue a tipologia empregue, em Portugal, na Sé de Portalegre, e a Igreja de Nossa Senhora da Graça, fundada pelos frades Agostinhos entre 1597 e 1602, serviram de referência às construções religiosas posteriormente edificadas em Goa.


   




   





Índia

Goa, Pangim, Fortes e praias

Queríamos visitar a linha de fortes que defendiam Goa e desfrutar das praias situadas a norte da cidade de Pangim. Optámos por contratar um tour à nossa medida.
As praias de Candolim e Calangute apinhadas de gente revelaram-se uma decepção, talvez por ser domingo. A praia de Baga, menos frequentada, permitiu-nos contemplar melhor o seu recorte e experimentar o caldo das suas águas.
Não há dúvida, que é a partir dos fortes que  se consegue  observar com desafogo a amplitude dos areais e do magnífico recorte desta parte da costa do Malabar.














O dispositivo de  defesa do rio Mandovi assentava, sobretudo, numa linha de fortes que barrava a entrada pela foz aos navios inimigos e era constituído, na margem sul do rio, pelos fortes de Nossa Senhora do Cabo e Gaspar Dias (este ficou por concluir) e, no lado norte, pelos fortes dos Reis Magos (também conhecido como fortaleza de Bardez) e o da Aguada.

Forte e Igreja dos Reis Magos
O Forte dos Reis Magos foi construído sobre uma fortaleza muçulmana dos meados do século XV, durante o governo de D. Afonso de Noronha entre os anos de 1551-1554. Em 1703 foi inteiramente reconstruído, tendo um papel decisivo no sucesso de defesa do ataque dos Maratas em 1739.
Junto à fortaleza situa-se a igreja dos Reis Magos, fundada pelos monges franciscanos, no ano de 1555, que a partir daqui desenvolveram um vasto trabalho missionário na região de Bardez.






Forte da Aguada
O Forte da Aguada foi concluído em 1612 durante os mandatos do vice-rei Aires de Saldanha e Rui Lourenço de Távora. Na base da fortaleza existia uma fonte, da qual brotava água potável em abundância, o que fez deste local paragem para abastecimento das embarcações.
Actualmente uma parte do Forte de Aguada está aberta aos turistas (grátis) e outra, talvez a mais significativa, é ocupada por dois hotéis de luxo que desfrutam de amplas vistas sobre o Indico.






Forte de Chaporá
Mais a norte fica a fortaleza de Chaporá construída pela engenharia militar portuguesa em 1617 com função de defesa das populações de Bardez e da foz do rio Chaporá.
A sua história é bastante atribulada. Trinta e um anos após a sua construção (1648) cai às mãos dos Maratas, sendo recuperado em 1717 pelas tropas portuguesas. Em 1739 o exército Manata apoderar-se novamente da fortaleza e nove anos depois volta para o domínio  português até 1825, ano em que foi desocupado por falta de interesse estratégico.
À semelhança dos restantes fortes goeses aparenta uma planta poligonal com um conjunto de baluartes octogonais. Actualmente a muralha apresenta um baixo grau de conversação. A generalidade dos seus muros estão parcial ou totalmente degradados. A capela de Santo António, já desaparecida, situava-se no centro do espaço amuralhado.
A paisagem que se pode observar a partir daqui é magnífica. O acesso a este forte encontra-se, neste momento, dificultado por via da construção de uma estrada que, no futuro, nos levará mais perto da porta de entrada.






Índia

Goa, Panjim 1

Em Goa optámos por ficar alojados em Panjim, numa zona contígua ao sítio do Altinho (Goa Crawn Hotel).
Pela manhã iniciámos a nossa visita pela zona envolvente onde começámos logo a sentir algo familiar. Da arquitectura à toponímia, passando pelos autocolantes de símbolos de clubes de futebol portugueses nos vidros dos carros.
Rapidamente encontrámos a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja Matriz de Panjim. Construída em 1619 sobre uma antiga ermida edificada em 1541. Actualmente mantém praticamente a sua planta de origem.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição coroa uma imensa escadaria conferindo-lhe, assim, um acentuado destaque sobre a cidade.
A sonoridade da língua atraiu as atenções dos que estavam nas nossas proximidades. Um solicitador que nos facilitou, junto do vigilante, a possibilidade de tirarmos fotografias no interior da igreja, dizendo “são portugueses”. No adro, quando nos organizávamos para ir para o Bairro das Fontaínhas, o senhor Eurico, um gôes que vive em Portugal e que aqui também está de visita a familiares, juntou-se ao grupo. Palavra puxa palavra e uma conversa interessante que passou pelo relato de alguns aspectos da vida goesa antes e depois da “ocupação” indiana ou desocupação pelos portugueses.
Aquele ajuntamento de falantes em português justificou que alguém tenha ido buscar o Padre responsável pelas missas em português e que tinha feito os seus estudos na Faculdade de Letras. Tirámos fotos para recordar aquele encontro.
Finalmente fomos em direção ao Bairro das Fontaínhas. A imagem geral da arquitectura e a toponímia fazem-nos sentir algo de estranho. É uma espécie de cozido à portuguesa salpicado de caril.
Durante este deambular o Sr. Eurico voltou ao nosso encontro e levou-nos ao restaurante “Viva Panjim”, apresentando-nos à proprietária e aconselhando-nos algumas iguarias.
Na rua do Povo de Lisboa, está a Fundação Oriente onde pudemos ver uma exposição do pintor de Goa, António Xavier Trindade (1870-1935), e outra do jovem fotografo português Nuno Lobito.
Ainda antes do almoço, num momento de descanso, tomámos um bom café (pelos parâmetros da Índia) no “Old Quarter”, um pequeno hotel, relativamente recente, com uma decoração e um ambiente bastante simpáticos.
O jovem que nos atendeu fala fluentemente português e tenciona continuar os estudos de língua e literatura portuguesa em Portugal.
Acabámos a jornada com um jantar no restaurante Benite com comida interessante mas serviço lento e relativamente caro.












segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Índia




Munnar

De Cochim a Munnar subida sinuosa em direção às montanhas do chá. Muito trânsito estrada estreita. De onde em onde derrocadas põem a nu o vermelho da terra em contraste com o verde da floresta, densa. Com muita água e muito calor tudo cresce aqui.
Tivemos sorte, vimos elefantes deliciados com tanto verde para comer.
Lá em cima montanhas cobertas de chá as plantações modelam suavemente os montes. Linhas paralelas acompanham o relevo do terreno, caminhos necessários para a colheita. Belíssima paisagem!
Visitámos uma fábrica de processamento de chá com a respectiva loja onde obviamente comprámos chá, orgânico, biológico, enfim o melhor chá do mundo.
Dormimos na montanha num resort muito espiritual, aqueles locais onde as pessoas vão limpar-se dos males do corpo e da alma. O acesso era de tal forma íngreme que só se podia fazer de Jeep. Temi pelo que iria encontrar, mas foi uma surpresa agradável. Chegámos já de noite e de seguida fomos presenteamos por uma chuva torrencial. De manhã, sem chuva, percebemos onde estávamos. Várias construções espalhadas pela encosta rodeadas por um belo e cuidado jardim. Em frente gloriosas montanhas saindo da neblina da manhã.
Descemos a montanha e parámos para ver uma plantação de ervas aromáticas e especiarias e depois as “famosas lojas” onde os motoristas nos “obrigam” a ir. Na loja, cerca de dez  insistentes funcionários mostravam os produtos de preferência as embalagens maiores. Lá comprámos óleos essenciais e especiarias.
















Cochim
Museu Indo Português em Forte Cochim construído pela Fundação Calouste Gulbenkian. O acervo é essencialmente de arte sacra proveniente das igrejas da diocese e da coleção preservada pelo bispo de Cochim. No piso inferior do museu ainda se podem ver vestígios das muralhas do Forte de Cochim.
Na igreja de S.Francisco está a pedra da sepultura de Vasco da Gama, cujas ossadas
foram posteriormente levadas para Portugal, onde se encontram actualmente no Mosteiro dos Jerónimos. À entrada da igreja do lado esquerdo encontram-se também pedras tumulares de portugueses e do lado direito outras pertencentes a Holandeses.








 

a dc Freitas