quinta-feira, 19 de junho de 2014

JULHO_calendário 2014


JULHO

Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C. o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a Júlio César. Como todos os homens de poder raramente são realmente importantes vamos reportar-nos à primeira origem numérica do seu nome (ex quinto) e fomos à procura da sua ordem atual, sete.

Parece que o número SETE é sagrado, perfeito e poderoso, atribuindo-se isto tudo a Pitágoras.

Da rápida pesquisa encontrámos muitos “setes” que atestam a magia acumulada pelos tempos.

Começando pela atualidade o jogador número 7, CR, garantiu que, em 2014, Portugal esteja no mundial do Brasil. Acresce que a independência do Brasil também aconteceu num dia sete. A RTP também nasceu no dia 7. Na Grécia havia sete sábios. Também tinham sete virtudes humanas. Há os pecados capitais que são quantificados, de acordo com a igreja Católica, em sete. Também têm em oposição as sete virtudes divinas. Os sacramentos também são sete. Ele é o número da perfeição divina, pois no sétimo dia Deus descansou de todas as suas obras. Entre os judeus a conceção do SETE manifesta-se no candelabro de sete braços (MENORAH). No Egito listaram-se sete pragas. Há expressão popular “fechado a sete chaves” que faz jus a este número. São também sete, as notas da escala diatónica. As cores do arco-íris também são sete. O carnaval ocorre sempre 7 domingos antes do domingo de Páscoa, e são sempre sete os dias de todas as semanas. Na sueca a carta 7 não é padrão como as outras e, no dominó jogamos com sete pedras na mão. A Branca de Neve e os Sete Anões. Diz-se também que o gato tem sete vidas. Há os sete mares. Para além das sete colinas de Roma também se enumeram em sete as colinas de Lisboa. Em 1923, o "Manifesto das Sete Artes", listou, pela primeira vez, o Cinema como a "sétima arte".

Mesmo que a enumeração não dê certo com o sete arranja-se maneira de lá caber o que aspiramos e quando procuramos um número que dê alguma transcendência ao que pretendemos aí vem ele e já está!

Vivemos num mar de símbolos à deriva e tentamos navegar em frotas de analogias, salvadoras bússolas da viagem em que somos estranhos em nós.

As crias das andorinhas ensaiam a liberdade de navegar no ar. Preparam, sem saber, a viagem que em breve as levará para muito longe, para o desconhecido. Cumprirão o seu calendário, guiadas por um faro apuradíssimo.

Certamente não entenderão o fascínio que ao longo dos tempos concentramos no número sete. Nós também não temos outra razão senão a força simbólica que lhe atribuímos. É o nosso refúgio alegórico idêntico ao delas quando regressarem no ano seguinte ao ninho do ano anterior.

Olhei-as contemplando o brilho negro e branco do seu porte esguio fazendo voos rasantes e ameaçadores a quem se aproxima do seu ninho. Será que voltaremos a cruzar os nossos olhares, pensei eu.

- Estaremos de volta, aproximadamente daqui a sete meses. Gazearam-me elas.