quinta-feira, 23 de maio de 2019

Textos de São Petersburgo de Dostoiévski e Gogol



Um pouco de São Petersburgo através de Dostoiévski e Gogol



“Não é com indiferença que olha para o pôr-do-sol a apagar-se lentamente no frio céu de Petersburgo. Quando digo «olha», minto: ele não olha, mas contempla como não se dando conta disso, como que não cansado ou ocupado nesse mesmo instante com algum outro assunto, mais interessante, só de passagem prestando uma atenção quase involuntária ao que o rodeia. (in Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski)



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“Não há nada melhor do que a Avenida Névski, pelo menos em Petersburgo; ela é tudo para esta cidade. Não há esplendor que não brilhe nesta artéria, beldade da nossa capital! Sei que nenhum dos seus habitantes pálidos e funcionários públicos trocará a Avenida Névski por todos os bens do mundo. A Avenida Névski arrebata não só quem tenha vinte e cinco anos, excelente bigode e sobrecasaca espantosamente talhada, mas também todo aquele a quem já cresçam no queixo pelos brancos e tenha um crânio liso como uma bandeja de prata. E as senhoras! Oh, e às senhoras a Avenida Névski agrada ainda mais.” (in Avenida Névski, Nikolai Gógol)

“…gosto de construir o meu presente em conformidade com o passado irrecuperável, e vagueio muitas vezes, como uma sombra, sem necessidade nem sentido, triste e desalentado, pelos becos e ruas de Petrsburgo!” (in Noites Brancas, Fiódor Dostoiévski)

“É o quinto dia que estou fora, lá em casa procuram-me, o serviço foi à vida o uniforme está numa taberna ao pé da Ponte Egípcia e, em troca dele deram-me esta roupa…e é o fim de tudo!” (in Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski)

“A vista eo pensamento pediam-lhe espaço. Pegou no chapéu e saiu, desta vez já sem medo de encontrar alguém na escada: até se esquecera disso. Tomou a direcção da Ilha Vassílievski através da avenida V… como se, apressado, fosse tratar de um assunto, mas, como de costume, andava sem ver o caminho,…” (in Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski)

“Aos poucos, fui chegando à conclusão de que, se o jardim de Verão fosse ampliado a todo o Campo de Marte e até unido ao jardim Mikháilovski palaciano, seria excelente e muito benéfico para a cidade.” (in Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski)

“ Vagueou muito tempo pela marginal do canal Ekateríninski, mais de meia hora, a olhar para os acessos à água, sempre que encontrava algum. Nada feito, porém: ou estavam jangadas  junto aos acessos e as lavadeiras lavavam lá a roupa, ou havia barcos atracados e pessoas a formigarem por toda a parte;” (in Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski)

“Não se via no céu a mais pequena nuvem, a água do rio estava quase azul-claro, coisa coisa rara do Néva. A cúpula da catedral da catedral – que de lugar nenhum se lobriga melhor do que deste sítio da ponte, a cerca de vinte passos da capela – reluzia e, no ar diáfano, distinguia-se-lhe cada ornamento.” (in Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski)