quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Buenos Aires - último dia II

BUENOS AIRES
Último Dia!
Dia de viagem de Ushuaia a Buenos Aires. 
Antes de voar para Buenos Aires o tempo da manhã foi aproveitado para um passeio pelas margens do canal Beagle, já que este estava na proximidade do hotel .
Chegados a Buenos Aires apenas tivemos tempo para ir jantar e programar a visita do dia seguinte.
Escolhemos um restaurante próximo do hotel, La Posada de 1840. Uma ‘’parilhada de carne’’ enorme, muito bem passada e carnes bastante gordas!
No dia seguinte dirigirmos ao teatro Collon, já que havíamos lido que haveriam visitas guiadas de 15 em 15 minutos a partir das 10H00 da manhã.
Ali chegados o preço da entrada para visita era de 1000 pesos, o que nos  pareceu excessivo para o objetivo de conhecer um Teatro por dentro.
Contemplamos o edifício por fora construído nos finais do século 19 e também o teatro Cervantes, que se encontra na mesma praça do lado oposto.


Com uma enorme trovoada com forte chuvada, conseguimos atingir a livraria El Ateneo Grand Splendid, considerada pelo jornal The Guardian,  a 2ª. mais bela livraria do mundo – situada na Av. Santa Fé.
Esta livraria está instalada num antigo teatro o que lhe confere uma arquitetura e envolvência singular.


Como a chuva não dava tréguas fomos terminar os almoços em Buenos Aires como começamos no restaurante – Desnivel, que em nosso entender tem uma excelente qualidade a preços bastante razoáveis.
Acabado o almoço estava um sol esplendoroso e bastante calor, próprio deste climas quase tropicais.
Seguimos para o museu MACBA – museu de arte contemporânea da cidade, que para além da exposição permanente tinha uma temporária de Ivan Navarro, com o tema Bifocal, que apreciamos.


Terminámos o dia em Palermo Soho, uma área bem animada e revitalizada com novos artistas, especialmente em gràffítis murais urbanos e bares alternativos.
Todos estes locais estendem-se em redor da praça Serrano e suas áreas envolventes.   


Hélder Teixeira  

sábado, 18 de janeiro de 2020

Buenos Aires, Palermo - último dia I

Chegado o dia de deixar Ushuaia, "terra do fim do mundo", e fazer a viagem de regresso a Buenos Aires.


No dia seguinte seria o último dia na Argentina e em Buenos Aires.

Regressar a um local permite que o desassossego do desconhecido se esvaia e o olhar repouse em algo com sabor familiar.
Se da primeira vez, aquando da chegada à Argentina, tínhamos apanhado os dias da passagem do ano e com isso muitos museus estavam encerrados, neste regresso, numa 3ª feira, coincide com o dia de fecho da maioria. 
Tendo em conta essa contrariedade começámos por visitar o Teatro Colón. Vimos o edifício por fora porque para o visitar por dentro teria de ser em visita guiada e custava 1.000 pesos. Contíguo ao Teatro Colón está o teatro Cervantes que debaixo de uma grande chuva observámos ao longe e acolhidos debaixo de um abrigo.
Procurar autocarro que nos levasse ao Ateneo Grand Esplendie. Belo espaço adaptado a livraria.



Para irmos para San Telmo apanhámos o metropolitano. Na estação em que saímos uma imagem me agarrou. "Siempre es hoy" ali estava algo que se ligava a Jorge Luís Borges e à sua "História da Eternidade" que me acompanha nesta viagem. 


Almoço no restaurante Desnível. Regressar onde já tínhamos almoçado no primeiro dia em que aterramos na Argentina. 
Recomendamos.

Retemperados e com o sol à nossa espera, finalmente a chuva e trovoada afastaram-se do horizonte, rumámos a pé até ao Museu de Arte Contemporânea de Buenos Aires (MACBA), único aberto à 3ª feira.


No Museu duas exposições.


 


 

Exposição colectiva




 Curioso foi encontrar esta peça de Mariano Vilela e ter estado, uns dias antes, à conversa com um seu familiar, Galego que vive em Badajoz, num passeio de barco no tour "Todos os glaciares" em El Calafate.
Muita tristeza de não termos podido ver entre outros o Museu de Arte Latino Americano.

Depois fomos de autocarro até à Praça de Itália e entrámos em Palermo Velho. Quando, para nos orientarmos, procurámos saber onde estávamos era a Rua Jorge Luís Borges que nos tinha dado entrada neste animado bairro. 
Entrámos num café e, num folheto turístico, ficámos a saber que um quarteirão mais à frente estava a casa onde Borges tinha passado a infância, número 2135. Esse mesmo local é referido pelo escritor na sua deliciosa definição de eternidade "formulado no livro "Idioma dos Argentinos", na página intitulada "Sentir-se na morte", em 1928" e que ele transcreve no capítulo IV de "História da Eternidade", Quetzal, 2012 que me acompanha nesta viagem.
Depois percorremos a Rua Jorge Luís Borges até à Praça Serrano.










IRS



quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Ushuaia

Dia 12 de Janeiro: Ushuaia

Pela estrada nacional número 3 fomos parando em miradouros para ver os Lagos, Escondido e Fagnano. 
Novamente paisagens surpreendentes, e belas nuvens que favorecem as nossas fotos. Seguimos por uma estrada secundária de terra batida, percorrendo um vale de floresta cerrada. Aqui como em todo o lado  árvores mortas, brancas, cobrem o chão, enriquecendo o solo. Caídas umas, outras de pé, contrastavam com o verde das árvores vivas. A natureza essa grande escultora!... Não resisto ao lugar comum.
Chegámos a Puerto Almanza no canal Baegle. Ao longe, na outra margem, avistamos o Chile e uma pequena povoação Porto Williams que disputa com Ushaia o aglumurado mais a sul do continente. Parece que Ushuaia vence por ser uma cidade e mais povoada. Aqui não há turistas. Como é domingo muitas famílias vêem para aqui passar o dia fazendo belos churrascos. Nestas águas faz-se pesca artesanal de santola e há muito mexilhão nas pedras da praia pedregosa. 
Ainda ali estão duas peças de artilharia anti aérea, usadas no conflito de 1979 entre o Chile e a Argentina sobre a disputa da posse das águas do canal. Tendo concordado as duas partes dividir o canal ao meio, uns pescam do lado de lá, outros do lado de cá. 

a de Freitas
















segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Ushuaia, Canal Beagle

USHUAIA - Canal Beagle 

1- Resumo do dia: Pinguins, leões marinhos,...
Partimos de madrugada, 7h do hotel (nesta altura do ano há18h de dia e 6h de noite. 
Às 7,30h,  no Porto de Ushuaia para apanhar a camioneta que nos levaria, pela Ruta 3 e pela Ruta complementar até ao museu. Depois da visita ao museu e cafézinho, apanhar bote de borracha para a Ilha Martillo - Pinguinera, de novo bote de borracha até ao museu para apanhar o catamarã - avistar mais duas ilhotas uma com cormorans e outra com leões ou lobos marinhos.
Regresso ao porto de Ushuaia por volta das 16h. 

2- Agora alguns apontamentos mais detalhados do percurso:
Viajando pela Nacional 3, passamos pelo Rio Olivia, por áreas de piquenique e campismo gratuito, Cordilheira dos Andes. Neve apenas no cume das montanhas (a altitude máxima é de apenas 1 400m), como estamos no verão as actividades são caminhadas - trekking.
Vemos zonas castoreiras - grandes extensões de floresta e rios, árvores de grande porte completamente secas e rios e riachos cheios de construções castoreiras. 
Os castores foram trazidos do Canadá (50) em 1946 com o fito de desenvolver a indústria de peles, trazendo assim desenvolvimento para Ushuaia, que entre 1911/1947, tinha sido uma colónia penal. Em 1947 foi encerrada por Domingos Peron. 
Em Ushuaia ficaram apenas 200 pessoas para a povoar, pessoas que ficaram sem emprego pois as suas profissões estavam relacionadas com actividades prisionais. A indústria nunca prosperou, mas os castores sim, pois não tinham predadores, chegaram a meio milhão, tornaram-se uma praga, cortam o caminho das águas, provocam inundações, cortam as árvores...



Entrámos na Ruta complementar terra batida - Árvores bandeira, paisagem surpreendente, árvores altíssimas e reclinadas pela força do vento.




Navegação através do Canal Beagle. 
Pequena aldeia Acatushum,  visita ao museu - desenhos e esqueletos de cetáceos - no museu estão durante 1 a 3 meses estudantes universitários, voluntários, organizam o museu, procuram vestígios, preparam-nos, catalogam-nos.... 
cafézinho na casa de chá “Casa de Te Manacatush”








Ilha Martillo - Colónia de Pinguins - entre 15 a 20 000 Pinguins Magalhães (pretos e brancos) e  Papua ( patas e o bico laranja). Reproduzem-se, e mudam de penas entre Outubro e Março. Os papuas mantêm-se na ilha durante todo o ano, mas os Magalhães em Março rumam até ao oceano Atlântico onde navegam (fazem cerca de 1 000km). Regressam à ilha em Outubro. (não gostam do frio). 
Foi muito interessante observar a maneira como vivem e se organizam, fazem tocas, ninhos, os filhotes pequeninos, mantêm - se aí, cada casal tem normalmente 2 filhos, enquanto um dos progenitores vai buscar alimento o outro fica tomando conta das crias.
Tivemos muito sorte, pois para além dos pinguins Papua e Magalhães ainda vimos um pinguim Rei, (peito e cabeça com penugem alaranjada, que normalmente não aportam a esta ilha).
Esta visita está normalmente esgotada, pelo que será avisado comprar os bilhetes com antecedência - A Piratour é a única empresa que faz o tour "passeando com os pinguins". 
Uma curiosidade - até 1970 os pinguins viviam na baía de Ushuaia. Ushuaia começa a crescer, instalar-se o Porto na baía e os pinguins mudam-se para a Ilha Martillo (vá-se lá saber porquê?!).  





Continuamos a nossa navegação através do Canal Beagle, vislumbramos Porto Williams (Chile, depois do fim do mudo), Porto Almanza, Farol e nova Ilha com mais pássaros - cormoran imperial e cormoran roqueiro - são muito parecidos com os pinguins, mas voam, são da família dos pelicano. 
5 cormoro

Avistamos nova ilhota, esta com leões ou lobos marinhos. Os leões são polígamos, o macho alfa pode acasalar com entre 12 a 15 fêmeas.


Finalmente regressamos a Ushuaia. 
Viagem insólita e deslumbrante. 

Augusta Vargas