Amã, Madaba, Monte Nebo, Al’Maghtas, Mar Morto
Hoje o dia valeu sobretudo pela exaltação da natureza e das referências bíblicas, deitando para segundo plano os testemunhos da cultura material. Apenas a cidade de Madaba nos fixou nos seus inúmeros exemplares de materiais artísticos, arquitectónicos e urbanísticos. A cidade antiga desenvolve-se em torno da via régia construída à cerca de cinco mil anos. A partir do séc. VI tornou-se um centro importante do cristianismo da região.
A igreja ortodoxa de S. Jorge, onde se encontra o famoso mosaico bizantino (séc. VI) que retrata a terra santa, da Palestina ao delta do Nilo. A igreja de Santa Maria que está integrada no conjunto arqueológico do séc. VI, tal como outro pedaço de cidade da mesma época, onde podemos observar variados exemplares da arquitetura civil e religiosa com destaque para aquela que é considerada a igreja bizantina mais antiga construída no séc VI, a Igreja Mártires de Ayla.
Encontramos o Monte Nebo percorrendo estradas com um piso bastante confortável que serpenteavam áridos montes. O lugar de peregrinação, onde Moisés avistou a Terra Prometida e onde acabou por morrer, está transformado numa atração turística com um ar bastante “plastificado”. O que poderia salvar a visita era o alcance visual do espaço envolvente onde se poderia avistar Jerusalém e Jerico, mas a permanente neblina reduz radicalmente o nosso campo de visão. Contudo sentir o peso simbólico que este lugar tem na cultura da humanidade tem algo de reconfortante.
A estrada que nos levou a Al’Maghtas (Betânia) é verdadeiramente impressionante. A aridez lunar das suas ondulares terras amarelas contrastam com a presença dos rebanhos “que comem não sei o quê?”. Aqui e ali vão-se avistando tendas brancas dos beduínos nómadas e poucos são os sinais da presença física humana.
Betânia é outro lugar que sob o ponto de vista do património construído pouco ou nada acrescenta. Mais uma vez temos que nos socorrer das nossas imagens mentais influenciadas pela cultura cristã, para sentirmos a simbologia das imagens de quando nas margens do rio Jordão, João Batista utilizou essa água como elemento de regeneração corporal e espiritual e batizou Jesus Cristo.
Hoje oJordão está limitado a uns quantos poços e a uma estreita linha de água corrente.
A estrada do Vale do Jordão facilitou-nos a chegada rápida ao hotel O Beach para mergulharmos nas águas salgadas do Mar Morto que se encontram a mais de 400 m abaixo do nível da água do mar.
Acabámos o dia cheios de fome, sem almoçar, valeu-nos o jantar em Amã no restaurante Hashem, onde comemos maravilhosamente e com poucos dinares Jordano.
Notas:
1-Para quem viaja solto como nós, sugerimos que façam o percurso inverso ao nosso, isto é, comecem no Mar Morto e acabem em Madaba. Assim as hipóteses de arranjarem locais para almoçar é substancialmente maior.
2-O acesso ao Mar Morto é difícil e caro. As praias púbicas, embora pagas, são mais económicas. Actualmente estão encerradas à dois anos devido ao Covid19.
L. S.
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