sábado, 3 de novembro de 2012

No Ganges em Varanasi


Nascer do Sol no Ganges em Varanasi.

 Madrugada, cinco e meia da manhã, a caminho do Dasaswameth Ghat.

O céu está a clarear e o mini-autocarro parado no trânsito. Mas quem conhece a cidade sabe os vários caminhos para chegar ao Gath.

 O Ganges é um grande rio. Largo e de caudal forte. Na época das monções o nível das águas atinge templos que estão agora a mais de 20 m de altura. Na outra margem, uma ilha escura, que afinal é uma praia.

Neblina ligeira. Pouca gente nas escadarias. Algumas lavadeiras no seu trabalho.

Silêncio, no barco assistimos ao nascer do sol saindo da névoa. O nosso guia reza uma prece.

O barco segue rio acima. “Gaths”, escadarias sagradas que vão dar ao Ganges, palácios e albergues para peregrinos e para doentes graves que querem ser cremados no local sagrado, seminários e hospedarias para turistas. Um corpo a ser cremado no meio da lenha adquirida no comerciante local. Flores e lamparinas correm no rio.

O Ganges continua calmo e forte.

 Descemos do barco e avançamos pelas ruelas cheias de altares de deuses, vacas e bosta. Vemos uma das cúpulas do Templo de ouro, Bharat Mata – os turistas estrangeiros não entram. Ao lado uma mesquita. Muitos soldados.

 Ainda de manhã visitamos o Parque de Sarnath onde Buda proferiu o seu primeiro sermão. Peregrinos chineses e japoneses rezam e meditam no jardim frente à grande Stupa Dhamek - memorial construído em honra de Buda. Muitos papéis dourados nas suas paredes que representam outros tantos desejos. Algumas paredes antigas belamente esculpidas.

Em frente, o Museu Arqueológico de Varanasi que mostra estátuas de Buda e outras obras hindus recuperadas do antigo templo destruído há séculos por islamitas.

 Mas Varanasi está em festa!. É o fim da semana das festividades dedicadas à deusa Durga. É uma festa de família e de bairro. Em muitas ruas são erguidos altares da deusa com a sua imagem e de outros deuses da sua relação. Há oferendas de flores e açúcar. Há música e dança. Faz lembrar os Santos Populares.

Hoje os altares são oferecidos ao deus Brama. Em camiões e atrelados seguem as imagens e as famílias até ao “gath”. Aí ao som dos tambores e das danças dos rapazes, as imagens são transferidas para as barcaças, que se distanciam da margem. Nas barcaças reza-se e as imagens são atiradas ao Ganges e deslizam ao sabor da forte corrente. Os passageiros da barca debruçam-se e atiram água por cima dos seus ombros. È uma festa muito alegre e cheia de cor.

 Ainda há tempo para um passeio no Bazar hindu. E compram-se blusas e pijamas da Índia.

 O cansaço aperta e pela meia-noite temos comboio para Deli. Boa viagem.

 













 

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