terça-feira, 6 de maio de 2014

As minhas malvas de estimação


As minhas malvas de estimação
Hoje faz 30 dias que o meu amigo partiu e, por isso, será celebrada cerimónia religiosa.

A última flor que me deu foi uma malva. Levou-ma a última vez que me visitou em Sines. “Ir para as malvas” significa morrer. Olho para ela e recebo sempre de volta o seu perfume cativante e nele está guardado o meu amigo.
Gosta de estar onde a coloquei, num vaso grande, por baixo da magnólia. Dela já reproduzi mais sete e todas vingaram para a vida. Umas estão na Fonte Mouro, perto da Ilha do Pessegueiro, num monte soalheiro no Verão e varrido pelas nortadas marítimas no Inverno. Dali o horizonte é largo e a natureza não é meiga. As outras vieram comigo para Lisboa e aqui me farão companhia, no pequeno jardim aconchegadas pelas ameixoeiras.

São flores corajosas e despretensiosas. Obrigada amigo.

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