As minhas malvas de estimação
Hoje faz 30 dias que o meu amigo
partiu e, por isso, será celebrada cerimónia religiosa.
A última flor que me deu foi uma
malva. Levou-ma a última vez que me visitou em Sines. “Ir para as malvas”
significa morrer. Olho para ela e recebo sempre de volta o seu perfume
cativante e nele está guardado o meu amigo.
Gosta de estar onde a coloquei,
num vaso grande, por baixo da magnólia. Dela já reproduzi mais sete e todas vingaram
para a vida. Umas estão na Fonte Mouro, perto da Ilha do Pessegueiro, num monte
soalheiro no Verão e varrido pelas nortadas marítimas no Inverno. Dali o
horizonte é largo e a natureza não é meiga. As outras vieram comigo para Lisboa
e aqui me farão companhia, no pequeno jardim aconchegadas pelas ameixoeiras.
São flores corajosas e
despretensiosas. Obrigada amigo.
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