sábado, 19 de novembro de 2016

Camboja, Siem Reap, aldeia flutuante


Aldeia flutuante de Chong Knas



Ainda o Camboja, Siem Reap



A azáfama e o engenho das diversas naturezas espelham-se aqui entre o céu e as águas no caminho até ao lago. Os humanos engenhos mostram como pensam, refletem e entendem a vida e a materializam com os recursos que da natureza usam. Testemunhos em materiais efémeros que não resistirão ao tempo. Assoma-se então a banal constatação de que, este mundo é mesmo feito de muitos e diversos universos que, a cada um limita, desvenda e molda o que vê e sente.



Até chegar ao barco percorre-se uma estrada de terra batida ladeada de casas sobre estacas. O acesso à aldeia flutuante de Chong Knas é feito de barco através do canal do rio Siem Reap que desagua no grande lago Tonle Sape. A aldeia situa-se na zona onde o rio se aproxima do lago. 

A maioria dos habitantes vive da pesca e do cultivo do arroz. Veem-se antenas e televisões, escola, uma igreja crista, restaurante e mercado. Embora com ar simples, muitas habitações apresentavam-se cuidadas e com pormenores airosos. 

Sente-se aqui a grande dádiva da proteção desta húmida e quente natureza, pois a humana dela retira abrigo e alimento, coisas mínimas para uns, coisas soberbas para outros que, noutras inférteis, apenas têm o ar, às vezes com cheiro a ruínas e combustão, para respirar.

Daqui, deste céu aberto que se espelha nas águas vivas, revejo as mulheres que, na cidade muito perto do hotel, estendem a mão pedindo com crianças muito pequenas deitadas sobre trapos na imundície dos passeios. 

Para os mais frágeis, as cidades são uma selva ainda mais agreste do que a rudeza dos campos. 
















1 comentário:

  1. Obrigada. Foi uma forma de ficar a conhecer o que, por vicissitudes várias, não pude ver... t.

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