Aldeia
flutuante de Chong Knas
Ainda o Camboja, Siem Reap
A azáfama e o engenho das diversas naturezas
espelham-se aqui entre o céu e as águas no caminho até ao lago. Os humanos
engenhos mostram como pensam, refletem e entendem a vida e a materializam com
os recursos que da natureza usam. Testemunhos em materiais efémeros que não
resistirão ao tempo. Assoma-se então a banal constatação de que, este mundo é
mesmo feito de muitos e diversos universos que, a cada um limita, desvenda e
molda o que vê e sente.
Até chegar ao barco percorre-se uma estrada de
terra batida ladeada de casas sobre estacas. O acesso à aldeia flutuante de
Chong Knas é feito de barco através do canal do rio Siem Reap que desagua no
grande lago Tonle Sape. A aldeia situa-se na zona onde o rio se aproxima do
lago.
A maioria dos habitantes vive da pesca e do
cultivo do arroz. Veem-se antenas e televisões, escola, uma igreja crista,
restaurante e mercado. Embora com ar simples, muitas habitações apresentavam-se
cuidadas e com pormenores airosos.
Sente-se aqui a grande dádiva da proteção desta
húmida e quente natureza, pois a humana dela retira abrigo e alimento, coisas
mínimas para uns, coisas soberbas para outros que, noutras inférteis, apenas
têm o ar, às vezes com cheiro a ruínas e combustão, para respirar.
Daqui, deste céu aberto que se espelha nas águas
vivas, revejo as mulheres que, na cidade muito perto do hotel, estendem a mão
pedindo com crianças muito pequenas deitadas sobre trapos na imundície dos
passeios.
Para os mais frágeis, as cidades são uma selva
ainda mais agreste do que a rudeza dos campos.
Obrigada. Foi uma forma de ficar a conhecer o que, por vicissitudes várias, não pude ver... t.
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