segunda-feira, 10 de junho de 2019

São Petersburgo, Catedral Sangue Derramado, Castelo e Palácio Mikhailovsky, Campo de Mars, Fortaleza e Catedral de Pedro e Paulo, Catedral de Santo Isaac


São Petersburgo

Quando aterramos a noite cobria a cidade mas era um estranho escuro, aquele das noites brancas, com o qual a iluminação pública não consegue obter contraste. 
No percurso do aeroporto até ao hotel, as referências que o olhar buscava não se deixavam destapar, tudo se dissimulava na penumbra da iluminação das ruas diluída na noite branca. Todas pareciam iguais, compridas, largas e ladeadas por edifícios apalaçados e de grandes fachadas. Tudo parecia geometricamente planeado sem um elemento que aparente ser fruto de um acaso.

A primeira incursão, neste primeiro dia, começou pela visita ao Templo da Ressurreição de Cristo ou Catedral do Sangue Derramado. Saindo do hotel, contornámos o quarteirão e deparámo-nos com a sua densidade de formas e cores. Na configuração daquele local sente-se um clima mais orgânico embora muito circunscrito, parece que o planeamento sucumbiu só naquele recanto. O espaço que a ladeia é reduzido mas a igreja impõe-se e destaca-se, com as suas formas curvas e coloridas, no meio de tanta retidão circundante. A densidade do seu corpo, que se sente no seu exterior, supera-se no seu interior. A massa das paredes e elementos estruturais adensa-se com a profusão de imagens.  



                             

                      



                          

Catedral do Sangue Derramado/Templo da Ressurreição de Cristo - é uma igreja ortodoxa, situada na margem do canal Griboyedov, próximo do parque do Museu Russo e da Nevsky Prospekt. A igreja foi construída no local onde o Czar Alexandre II da Rússia foi assassinado, vítima de um atentado no dia 13 de março de 1881. A sua construção decorreu entre 1883-1907 e os seus  Arquitectos foram Alfred Parland e Arquimandrita Ignácio.


Muito perto da Catedral, no Palácio Mikhailovsky está instalado o Museu Russo que alberga uma vasta coleção com cerca de 400 mil obras, de todas as escolas e géneros. Está fechado à terça feira e por isso não o visitámos.
Seguimos em direção ao Castelo Mikhailovsky. Este Castelo fica situado nas margens dos rios Moika e Fontanka. Na outra margem do rio Moika situa-se o Campo Mars

                           



Castelo Mikháilovski - O Castelo Mikhailovsky foi construído como residência para o Imperador Paulo I, pelos arquitectos Vincenzo Brenna e Vasili Bazhenov, entre 1797 e 1801. O palácio tem uma aparência diferente em cada um dos lados, uma vez que os arquitectos usaram os motivos de vários estilos arquitectónicos, tais como o Classicismo francês, o Renascimento italiano e o Gótico. 

Atravessámos o Rio Fontanka pela Ponte Panteleymonovskiy para termos acesso às diferentes  fachadas que este Castelo tem e voltámos para trás para podermos percorrermos o Campo Mars onde está o jardim de Verão.




Campo de Mars (1924) - Marsovo Polye  é um grande parque em homenagem a Marte, o deus romano da guerra, situado no centro de São Petersburgo, com uma área de cerca de 9 hectares. Próximo ao Campo de Mars, a norte, estão o Palácio de Mármore, a Praça Suvorova e as casas de Ivan Betskoy e Mikhail Saltykov. A oeste está o Quartel do Regimento Pavlovsky. E a sul está o rio Moika.        

Daqui seguimos em direcção ao Palácio de Mármore nas margens do rio Neva.



Palácio de Mármore (1768-1785, Arq. António Rinaldi) -  localiza-se entre o Campo de Mars e o Cais do Palácio, a pouca distância, para leste, do Palácio de Inverno. Foi o primeiro palácio neoclássico da cidade.


Na outra margem do Rio Neva, avista-se a fortaleza de Pedro e Paulo, na Ilha das Lebres, onde está a Catedral Pedro e Paulo. E ela chegámos travessando o rio Neva pela Ponte Troitskiy.






































Fortaleza de Pedro e Paulo - Foi esta fortificação que deu origem à actual cidade. A sua construção foi feita por determinação do Czar Pedro, o Grande, com a finalidade de defender esta região dos ataques das tropas suecas, que dominavam o mar Báltico durante a Grande Guerra do Norte (1700 –1721). O centro do conjunto da antiga fortaleza é ocupado pela Catedral de São Pedro e São Paulo.

 


Catedral de S. Pedro e S. Paulo - catedral ortodoxa russa erguida entre 1712 e 1733 no centro da Fortaleza de São Pedro e São Paulo


Depois desta visita apanhamos o barco e fizemos um circuito pelos canais.





Terminado o passeio de barco, no cais junto à Praça do Palácio onde estão os diversos núcleos do museu Hermitage. Pudemos apreciar a sua amplitude. Saímos dela através do arco fronteiriço ao Palácio de Inverno. Percorremos essa pequena rua e o cansaço pesava. Num momento de repouso, descobrimos que aquela avenida que estava à nossa frente era a Avenida Nevski. 





Para terminar a jornada fomos visitar a igreja de Santo Isaac. O horário das visitas é ao final do dia. Esta opção proporciona uma visita serena e sem as habituais multidões.
No seu exterior impõe-se a cúpula de 21,8 metros de diâmetro banhada a ouro (cerca de 100Kg) suportada por um corpo de clássica e sóbria aparência com colunas e frontões de pedra.
No seu interior há uma sensação de amplitude e a decoração é profusa e em materiais muito diversos e qual deles o mais requintado. Desde as colunas em lápis-lázuli e de outras revestidas em malaquita, até aos diversos revestimentos em mármores.

                           

                            



Catedral de Santo Isaac - é a maior e mais sumptuosa catedral ortodoxa de São Petersburgo. A catedral, dedicada ao padroeiro de Pedro, o Grande, foi construída entre 1818 e 1858 em estilo maioritariamente  neoclássico e o seu Arquitecto foi Auguste Montferrand.


Os dourados ofuscam quando refletem a luz do sol. No exterior e no interior das catedrais e igrejas ele abunda. 
Tanta opulência em cenário histórico imperial remete para a quase inviabilidade de acontecimentos igualmente radicais daqueles que só serviam para os construir.
Passados os tempos desses grandes desequilíbrios hoje sente-se outro clima que aparenta trilhar caminhos de maior equidade.

No percurso pela Nevski, já era noite branca e, nos seus espaçosos passeios várias bandas rock instalavam os seus instrumentos e tocavam os seus repertórios. 
De regresso ao hotel surpresa das surpresas, andando pela Avenida Nevski, ao virar numa das suas esquina, ali estava o nosso hotel. 


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