sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Jordânia - Petra

 Petra 2 - Do poder da água ao poder das mãos 

O poder da água determinou a atração deste local e o poder das mãos foi traduzindo o pensamento dos vários povos que a habitaram, moldando os seus testemunhos nas vermelhas pedras de Petra. 

A dureza rochosa deste monumental complexo ganhou forma, ao longo de muitos séculos, moldada pela suavidade do poder da  água e pela fragilidade de milhares de mãos.


Iniciámos a nossa visita a partir do “Visitor Center”, junto ao Museu, pelas 7,30h da manhã. 

Mergulhámos no Siq (desfiladeiro) com entusiasmo, desembocamos no Al-Khazneh (Tesouro) passámos pela rua das Fachadas (mausoléus), teatro, grande templo, igreja bizantina, castelo (Al-Bint) e Triclinio de Lion local onde começa a íngreme  subida, de 40 minutos, até alcançarmos, pelas 14,30h, no cume do planalto, o Mosteiro Ad Deir.








O edifício de arenito de Ad Deir (Mosteiro) é uma das maiores estruturas do complexo rochoso de Petra com os seus impressionantes 48 metros de largura por 47 de largura, cuja construção remota ao início do séc II d.C.. A sua fachada apresenta inúmeras semelhanças com o edifício funerário Al Khazneh (o Tesouro). Inicialmente usado para fins religiosos do reino Nabateu, foi posteriormente utilizado pela igreja cristã. Os símbolos da cruz gravada no seu interior testemunham esse fim. 






Um trilho ...uma aventura


Aqui chegados tínhamos duas hipóteses para regressar: fazer o percurso inverso ou percorrer o caminho que nos levaria a um transporte feito por motoristas locais que nos levaria até Little Petra para apanharmos o “free shuttle” que o “Visitor Center” põe ao dispor dos visitantes.


Optamos pela segunda hipótese. Até aqui tudo bem e demos início à caminhada. 

Passados alguns minutos verificámos que estávamos fora do trilho, voltamos um pouco para trás e seguimos na direção certa, mas o ponto que queríamos atingir não se vislumbrava. Já decorria cerca de 30 minutos a trepar penhascos, quando fomos informado por duas turistas que vinham em sentido contrário, que o primeiro troço do nosso objetivo de chegada estava a mais de uma hora de caminhada. O ânimo do grupo alterou-se. Entretanto cruzámo-nos com um jovem beduíno a oferecer transporte de burro mas apenas a um elemento do grupo. Não chegámos acordo quanto ao preço pedido e continuámos a caminhada juntos. Entretanto passaram mais dois grupos em direção contrária e todos, em momentos diferentes, nos informavam que faltavam mais 40 minutos. Mais à frente encontramos três jovens italianos que eram acompanhados por um guia beduíno que nos disse que estávamos a cerca de meia hora do local, mas... o transporte que nos levaria a Little Petra terminou às 15 horas e, portanto teríamos mais duas de caminhada. Já passavam alguns minutos das 16 horas e a noite na Jordânia chega cedo. Agora só tínhamos uma hipótese: seguir em frente. O caminho acidentado com constantes subidas seguidas de simétricas descidas estavam a tornar-se mais penosas. A passagem por nós de grupos em sentido contrário foi relativamente constante. No nossa direção, apenas um jovem casal passou em passo acelerado. Um pouco depois obtivemos a informação que estávamos perto do ponto intermédio desejado, faltavam um pouco mais de 15 minutos. Um dos nossos munido dum potente binóculo conseguiu distinguir, ao longe num planalto, uma pequena camioneta cuja caixa continha quatro filas de bancos protegidos por uma capota de lona. A esperança voltou. Como era necessário assegurar esse transporte o nosso companheiro zarpou em passo largo para comunicar ao motorista beduíno que haviam quatro pessoas a caminho e que estavam prestes a chegar. Dez minutos depois a carrinha partiu em direção a Little Petra. Deixámos para trás quase de duas horas de caminhada. Finalmente, por volta das 5,30h , zarpámos, no último “free shuttle” do dia, em direção a Wadi Musa (“Visitor Center”).

Um bom banho e um belo jantar foi o nosso prémio de consolação.








Como visitar Petra, sugestões:


1-A bilheteira abre às 6.30. Devem chegar o mais cedo possível, entre as 7h e as 8h. É vantajoso terem o “Jordan Pass”;


2- Para quem tem um dia para a visita, poderão iniciá-la a partir do “Visitor Center”, subir até ao mosteiro e regressar ao ponto de partida. Outra hipótese é tomar em “Visitor Center” um “free shuttle” (grátis) até “Little Petra”, daí para chegarem ao mosteiro deverão negociar com um motorista local que os levará a um ponto intermédio, a seguir caminharão (cerca de 1.30h) até ao mosteiro. Depois terão de caminhar durante 30 a 40 minutos até começarem os caminhos mais suaves a partir  “Lion Tricliuiun”. A partir daqui até ao Siq (desfiladeiro) a caminhada é mais fácil e os pontos de interesse mais abundantes.


3- Para quem tem entradas para dois dias, poderão no primeiro fazer o percurso que vai da entrada do “Visitor Center até à zona do teatro. Entretanto descansar um pouco na esplanada que se situa no fim da “rua das fachadas” para depois subir ao “altar do Sacrifício e/ou fazer o trilho das tumbas descendo depois junto ao teatro. A partir daqui regressar ao ponto de entrada. No segundo dia iniciar a visita pelo Mosteiro tal como está descrito no ponto 2;


4- É importante levarem roupas e sapatos confortáveis, comida e água. No trilho principal existem muitos ofertas de comida e água.


L. S. & I.R.S.


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