sábado, 17 de novembro de 2018

Índia

 Verkala 

Saímos de Thekkady e, depois de quase seis horas de viagem, chegámos a Verkala já o final do dia se aproximava. 
Apesar de os km não terem sido muitos, as ciladas no alcatrão e as sinuosas estradas mais uma paragem forçado para mudar um pneu preencheu esta jornada em que pudemos usufruir de locais sem atrações turísticas. Pelo caminho pudemos voltar a apreciar os rendilhados campos de chá e a constatar, pelas muitas casas que se avistavam que, naquela região a riqueza produzida terá uma distribuição mais alargada do que noutras zonas da Índia. A grande maioria das habitações demonstravam grande conforto, ser habitadas e em muito bom estado. Vimos algumas casas mais modestas mas não fomos confrontados com situações de miséria. 
Da montanha até ao litoral e a vegetação teima em continuar a dissimular a dimensão e configuração dos aglomerados habitacionais por onde vamos passando. 
Finalmente quando chegámos ao nosso destino, as ruas estreitas ajudam a que nos sintamos submersos e sem horizonte que nos forneça pontos de referência. Não foi fácil encontrar o hotel onde tínhamos feito reserva. Nada que o nosso condutor/guia não conseguisse resolver. 
Uma agradável surpresa nos esperava, quase junto à praia um sítio com recente recuperação funcional e simples e gerido por gente muito nova.









Pela manhã do dia seguinte começamos por parar na praia de Papanasham onde estavam a fazer rituais hindus de purificação. Será um lugar sagrado onde a alma obtém a salvação eterna. Crê-se que o mergulho nestas águas lava todos os pecados (papam), tendo a praia ficado com este nome. Aqui também se veem depositar as cinzas da cremação no sentido de acederem à purificação. A seguir a procedimentos na areia junto do que nos pareceu serem monges, as pessoas dirigiram-se até à água onde lançavam velas acesas e molhavam-se.








Nas tendas junto à praia os vendedores.
Depois fomos visitar o templo Hindu de Janardhana Swami , dedicado a Vishnu e que tem cerca de dois mil anos. 





De seguida fomos a outro templo hindu, o Sivagiri Mutt. Foi construído no início do séc. XX na colina de que tomou o nome. Foi fundado por um filantropo social que está lá sepultado. A ele acorrem muitas peregrinações de Kerala e de outras regiões. Vestem-se predominantemente de cores em tons de amarelo. Tivemos oportunidade de presenciar um desses encontros. Muita gente participava para além dos rituais, desfiles, espectáculos e debates públicos.
As muitas frases afixadas pelos percursos atestam uma filosofia integradora.





O almoço foi na praia Deshadan Cliff. Zona de comércio e restaurantes que fica num promontório junto à praia com um areal muito convidativo. 



Enquanto se espera pela comida, ter acesso à internet dá jeito, por isso se questionou o empregado se havia Wi-Fi. O rapaz, com um sorriso matreiro respondeu: sory no Wi-Fi .
Nós agradecemos resignados com um thank you.
De imediato o rapaz com maior ênfase repetia: sory no Wi-Fi.
Nós voltámos a agradecer e ele voltou a repetir e o seu sorriso tornava-se ainda mais matreiro. Até que, alguém do grupo decifrou que a password tão desejada era simplesmente sorynowifi.
Gargalhada geral e toca todos a ficar com o tão desejado Wi-Fi.
Nota-se que este local está preparado e habituado a recebe muitos turistas na época alta mas que agora,  em época baixa, se sente um certo vazio nos espaços e lojas. Para nós revela-se acolhedor cruzar-mo-nos com muito poucos estrangeiros e termos o privilégio de presenciar diversas cerimónias e eventos onde éramos quase os únicos forasteiros.

A meio da tarde fomos até à praia junto ao hotel, a Bluewater Beach, saborear a sua temperatura e também provar a força das suas correntes. As alforrecas de grandes dimensões  eram muitas e é preciso acautelar alergias. Na areia um barco com ar artesanal, uma jangada e diversos instrumentos e apetrechos que indiciam que ali existe actividade piscatória.. 
As gralhas (gralha-indiana da espécie Corvus splendens), também aqui, não param de procurar sustento. 
O pôr do sol foi exuberante tanto nas tonalidades intensas como na luz projectada por entre as nuvens e nas águas.







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