segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Ushuaia, Canal Beagle

USHUAIA - Canal Beagle 

1- Resumo do dia: Pinguins, leões marinhos,...
Partimos de madrugada, 7h do hotel (nesta altura do ano há18h de dia e 6h de noite. 
Às 7,30h,  no Porto de Ushuaia para apanhar a camioneta que nos levaria, pela Ruta 3 e pela Ruta complementar até ao museu. Depois da visita ao museu e cafézinho, apanhar bote de borracha para a Ilha Martillo - Pinguinera, de novo bote de borracha até ao museu para apanhar o catamarã - avistar mais duas ilhotas uma com cormorans e outra com leões ou lobos marinhos.
Regresso ao porto de Ushuaia por volta das 16h. 

2- Agora alguns apontamentos mais detalhados do percurso:
Viajando pela Nacional 3, passamos pelo Rio Olivia, por áreas de piquenique e campismo gratuito, Cordilheira dos Andes. Neve apenas no cume das montanhas (a altitude máxima é de apenas 1 400m), como estamos no verão as actividades são caminhadas - trekking.
Vemos zonas castoreiras - grandes extensões de floresta e rios, árvores de grande porte completamente secas e rios e riachos cheios de construções castoreiras. 
Os castores foram trazidos do Canadá (50) em 1946 com o fito de desenvolver a indústria de peles, trazendo assim desenvolvimento para Ushuaia, que entre 1911/1947, tinha sido uma colónia penal. Em 1947 foi encerrada por Domingos Peron. 
Em Ushuaia ficaram apenas 200 pessoas para a povoar, pessoas que ficaram sem emprego pois as suas profissões estavam relacionadas com actividades prisionais. A indústria nunca prosperou, mas os castores sim, pois não tinham predadores, chegaram a meio milhão, tornaram-se uma praga, cortam o caminho das águas, provocam inundações, cortam as árvores...



Entrámos na Ruta complementar terra batida - Árvores bandeira, paisagem surpreendente, árvores altíssimas e reclinadas pela força do vento.




Navegação através do Canal Beagle. 
Pequena aldeia Acatushum,  visita ao museu - desenhos e esqueletos de cetáceos - no museu estão durante 1 a 3 meses estudantes universitários, voluntários, organizam o museu, procuram vestígios, preparam-nos, catalogam-nos.... 
cafézinho na casa de chá “Casa de Te Manacatush”








Ilha Martillo - Colónia de Pinguins - entre 15 a 20 000 Pinguins Magalhães (pretos e brancos) e  Papua ( patas e o bico laranja). Reproduzem-se, e mudam de penas entre Outubro e Março. Os papuas mantêm-se na ilha durante todo o ano, mas os Magalhães em Março rumam até ao oceano Atlântico onde navegam (fazem cerca de 1 000km). Regressam à ilha em Outubro. (não gostam do frio). 
Foi muito interessante observar a maneira como vivem e se organizam, fazem tocas, ninhos, os filhotes pequeninos, mantêm - se aí, cada casal tem normalmente 2 filhos, enquanto um dos progenitores vai buscar alimento o outro fica tomando conta das crias.
Tivemos muito sorte, pois para além dos pinguins Papua e Magalhães ainda vimos um pinguim Rei, (peito e cabeça com penugem alaranjada, que normalmente não aportam a esta ilha).
Esta visita está normalmente esgotada, pelo que será avisado comprar os bilhetes com antecedência - A Piratour é a única empresa que faz o tour "passeando com os pinguins". 
Uma curiosidade - até 1970 os pinguins viviam na baía de Ushuaia. Ushuaia começa a crescer, instalar-se o Porto na baía e os pinguins mudam-se para a Ilha Martillo (vá-se lá saber porquê?!).  





Continuamos a nossa navegação através do Canal Beagle, vislumbramos Porto Williams (Chile, depois do fim do mudo), Porto Almanza, Farol e nova Ilha com mais pássaros - cormoran imperial e cormoran roqueiro - são muito parecidos com os pinguins, mas voam, são da família dos pelicano. 
5 cormoro

Avistamos nova ilhota, esta com leões ou lobos marinhos. Os leões são polígamos, o macho alfa pode acasalar com entre 12 a 15 fêmeas.


Finalmente regressamos a Ushuaia. 
Viagem insólita e deslumbrante. 

Augusta Vargas

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