quarta-feira, 12 de agosto de 2009

3.º e 4.º Dia - Ulanbaator











Manhãzinha, pequeno-almoço no "Strings", restaurante e pub do hotel. Às 9h00 chega o minibus da TravelTrends conduzido pelo cuidadoso Tsogoo e acompanhado pela simpática e diligente guia e "cozinheira" Ambra. Saímos pela estrada do Aeroporto e rumámos ao Pequeno Gobi - Viagem de observação de novos horizontes.

Estepe fora. Por vezes paramos e sentimos o saboroso aroma a tomilho (?) ou a almíscar (?). Junto dos "guer" o cheiro a bosta de vaca, cavalo, cabra e ovelha. Dentro do "guer" o cheiro a leite coalhado (forte e ácido).

Ouvimos o som da cigarra e vemos que é o bater de asas dos gafanhotos; o balir e os espirros das ovelhas e cabras, o mugir das vacas e o relinchar dos cavalos; o barulho da tremideira do minisbus na picada, e a água a correr junto ao mosteiro. E de noite o silêncio enorme da estepe.

Sentimos os ossos a estremecer na carrinha, o pelo das vacas, a sela do cavalo, a areia deslizante das dunas, o frio da noite no chão do "guer" e o suave roçagar das camisolas de "cashemere".

Bebemos o leite de égua e comemos uma espécie de queijo feito no "guir" a partir do leite de vaca coalhado e seco ao sol em chapa colocada no telhado (quer um quer outro não tiveram boa aceitação). Saboreámos sandes e saladas, massa com salame, sopa de vegetais com soja e junto ao regato onde os cavalos se esponjavam, uma boa salada com massa - tudo preparado pela Ambra.

Vimos a urbanização em desenvolvimento em Ulanbaatar desde as barracas à construção do Estádio para as corridas de cavalos, "wrestling" e tiro com arco. E saímos do alcatrão.

Extensas planícies, bordejadas por montes suaves. Verdes dos muitos cambiantes das ervas de pasto. Azuis dos muitos tons nas montanhas ao longe e no céu quase limpo. Castanho, na picada e no gado. E, ao longe e por vezes ao perto, o branco dos cilíndricos "guers".E as muitas cores vivas do mosteiro de Manzuchir.

Linhas paralelas dos vários trilhos feitos na estepe que se encontram no alto das portelas onde nos espera um "ovoo" - totem xamanista - abraçado por tiras de azul sobre um monte de pedras atiradas pelos que querem ver um desejo satisfeito. Linhas divergentes de trilhos que se afastam sem placa de sinalização e que o nosso condutor como um cavaleiro mongol tenta decifrar para descobrir o caminho a seguir. Floresta de abetos, socalcos, água a correr e a árvore xamã no mosteiro. Pequenos pontos brancos ou castanhos no horizonte - grandes manadas de cavalos, vacas, cabras e ovelhas. Ao longo da estrada há águias e águias procurando pequenos ratos e ratos. Pequenos pássaros e aves pernaltas, provavelmente, grous. Alguns corvos. Um esquilo. Dois camelos a passear. "Cowbóis" simpáticos e pequenos passeios a cavalo. Muitos charcos de água e um poço onde a rapariga puxava o "cântaro" para dar de beber aos cavalos.




1 comentário:

  1. Neste primeiro ano de maternidade, vocês estão a ser a minha leitura de Verão (não resta tempo nem energia para mais). Tem aventura, comédia, descrições ricas, suspense... enfim, sinto-me a viajar!! :))
    Muitas vezes imagino esta imensidão no Inverno. Branca a perder de vista. Um deserto de neve!! Quase a sensação de uma terra de ninguém e de nada... no entanto repleta de vida, com os primeiros raios de sol.
    Achei o máximo o "guer" com parabólica!! Deve ser de lá que conseguiram acesso à net?!... Já me tinha questionado como é que por terras tão longínquas conseguem ter um diário tão actualizado! Vivemos mesmo numa bolinha dominada por satélites! :)
    Continuem a deslumbrar-nos! :)
    Vera Monteiro

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