quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Último dia em Alaan Bataar






Uma montanha pariu um rabo de cavalo


Ambra e Tsogoo, a guia e o motorista, que nos acompanharam ao pequeno deserto de Gobi, chegaram pontualmente às 9 horas da manhã.


Saimos de Alaan Bataar por uma boa estrada que comparada com aquelas que experimentámos nos dias anteriores. O conforto da condução foi "sol de pouca dura", obras em inumeros troços obrigaram-nos, por vária vezes, a voltar à "picada".


Duas horas depois, por volta das 11 horas, chegámos ao Parque Nacional de Hustai . Aí esperava-nos um guia local, cuja tarefa era levar-nos à zona dos cavalos selvagens. Subimos a montanha sem conseguirmos vislumbrar qualquer animal. A dado momento o guia - um rapaz silencioso e pouco simpático - fez um gesto determinado ao condutor e este imobilizou a viatura. De seguida sacou de uns potentes binoculos, observou o local e, em silêncio, inicia a marcha rumo ao cume da montanha. Os elementos do grupo limitaram-se a segui-lo. Quando se pressentiu que a caminhada seria longa, esboçaram-se uns protestos, sem consequência. As expectativas eram grandes e o cume da montanha foi atingido. No local o rapaz, com uns gestos breves, assinalou a zona onde os animais se encontravam e pôs à nossa disposição os seus potentes binoculos. Alguns conseguiram ver os animais a passearem entre os pedragulhos, outros apenas percepcionavam "pedras a abanar o rabo" e um só conseguiu ver rochas. Até as celebres marmotas da estepe, que também foram vendidas como atracção turistica, estiveram ausentes. A frustação foi total.
Saimos do parque, abastecemo-nos numa pequena loja e a serena Ambra prepara-nos mais uma refeição. Por volta das 15 horas estávamos a almoçar uma salada companhada por um vinho português de qualidade duvidosa

Chegar cedo a Ulaan Bataar passou a ser o nosso objectivo. Com um café no pensamento iniciámos a viagem de regresso, mas alguns quilometros percorridos a caixa de velocidades do veículo deixou de funcionar. O motor acelerava mas a carrinha não se movia, as mudanças não engrenavam. O motorista ficou completamenta eléctrico, afasta-se do carro, saca do telemóvel e tenta em vão fazer uma chamada (local se rede), coça freneticamente a cabeça e volta para junto do carro. Abre a tampa que lhe permite o acesso à engrenagem, mexe e remexe, sem êxito, naquele mecanismo complexo. Ambra mantinha-se, como sempre, serena e o grupo preplexo mas cooperante. O nosso engenheiro troca algumas impressões com Tsogoo e, rapidamente, toma o comando das operações. Dá as instruções necessárias e com um parafuso e um pouco de fita-cola a carrinha é engrenada e reinicia a sua marcha. Os restantes 50 quilometros foram percorridos em grande correria e alguma tensão. As mudanças, que dificilmente entravam, eram colocadas com gestos violentos por Tsogoo. Os viajantes davam "dicas": arranca em segunda, mete a terceira, mantém a mudança,...mas Tsogoo teimava em exibir o seu estilo de codução agressiva. O carro parou várias vezes e, numa delas, a solução foi sair e empurrar. Para afastar angústias cantámos temas tradicionais portugueses e Ambra cações de embalar da mongólia.

A 100 metros do hotel houve nova paragem forçada. Aqui despedimo-nos de Ambra e Tsogoo, abandonámos a viatura e caminhámos para o hotel com uma leve sensação que no Parque Nacional de Hustai uma montanha pariu um rabo de cavalo.

Por fim, ao jantar, o dia foi vingado à mesa do simpático restaurante "bds mongolian barbeque"
NOTA: As notícias que deveriam ser colocadas no blog durante o resto da viagem só puderam ser editadas já em Lisboa. Assim que entramos em território Chinês não é possivel estabelecer ligação com alguns conteúdos do google.

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