quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Jaipur: Capital do Rajastão

Jaipur – Capital do Rajastão. Cidade rosa e dos elefantes.


Jaipur é a maior cidade do Rajastão. É a mais importante do ponto de vista económico. Deve-o fundamentalmente à sua riqueza em rochas para construção (mármores, arenitos e granitos), pedras preciosas (esmeraldas, …) e semi-preciosas e nos últimos anos ao crescimento da indústria turística.

No entanto, só no século XVIII ganhou importância regional, dado que a capital era anteriormente Amber.

Amber, há semelhança de outras grandes cidades que visitámos fica num vale circundado por montes. Algumas destas cidades também dispõem de muralhas de defesa, mas a de Amber foi mandada construir por um Marajá, que tendo visitado a China, entendeu por bem fazer uma “idêntica” na sua terra.

No alto de uma das colinas ergue-se majestoso o Forte de Amber. Não tivemos as honras prestadas a Mário Soares que subiu a encosta de elefante. É dia de festa e há muita gente na rua e o elefante ocupa muito espaço. Assim, subimos de jipe.

O forte é muito interessante com os seus grandes pátios interiores e as casas para as doze mulheres do marajá. Os palácios de Inverno, de Verão e das monções utilizando uma arquitectura diferenciada, que utilizava os espaços abertos, as paredes, janelas e a água como fortes elementos de climatização.

Mas, antes de subirmos, tivemos o nosso passeio de elefante na sua aldeia junto a Amber. O veículo é agradável. O elefante é majestoso e amável e o assento é uma larga cama ladeada por varões para nos firmarmos. A plataforma está bem dimensionada e não há o risco de cair. É, no entanto, impossível livrarmo-nos dos enxames de vendedores, autênticas melgas que não nos largaram um minuto. Apesar de ter sido um pequeno passeio e de ser gostoso andar de elefante, tornou-se bastante desagradável.

Em Jaipur, compras nas ruas do Bazar, visita ao Palácio do Marajá com as suas janelas rendilhadas em arenito vermelho e os seus relevos de alabastro e salas com decoração floral de vidros e espelhos, e passagem pelos Palácios da Água (sem a beleza de Udaipur) e do Vento com as suas belas paredes e janelas trabalhadas.

O Mantar Jantar surpreendeu-nos. Trata-se de um observatório astronómico construído à cerca de trezentos anos, com grandes instrumentos de medição feitos em mármore e alvenaria. Alguns destes instrumentos funcionam perfeitamente. Conseguimos facilmente verificar a hora em que estávamos por observação de um relógio de sol, cuja sombra projectada numa régua de medição, permitia dizer a hora, os minutos e os quartos de segundo, com uma diferença de 12 minutos para a hora correcta. Este observatório tinha uma importância “crucial” para o bem estar das famílias de Jaipur. Quando dois jovens pretendiam casar consultavam o astrólogo em Jantar Mantar. Após determinação, a partir dos cálculos realizados nos respectivos instrumentos, indicava o signo de cada um dos noivos e a constelação vigente e determinava se o casamento duraria muitos anos, se teriam muitos filhos e se seriam felizes ou pelo contrário,…

Mantar Jantar é um bom local para a reflexão e para a busca de ensinamento que nos pode ser dado por quem está mais próximo da cultura hindu. Dois breves apontamentos:

1.º Apontamento - Sobre o amor:

O amor só existe para com Deus, porque o amor é infinito e sendo a alma humana eterna, quando o homem morre esta encontra-se com deus e, assim, este sentimento permanece para sempre. Não existe amor entre homem e mulher ou entre homem e filhos ou outros seres porque todos morremos e este sentimento acaba pelo que não pode ser considerado amor. Estas são simples relações sociais;

2.º Apontamento – da conservação ou aumento do bom desempenho sexual, na tradição do Kamasutra (receita para homem e mulher):

Antes de dormir, um copo de leite com dois pedacinhos de folha de açafrão e meia-hora depois sexo;

Imediatamente após o sexo um copo de água com limão;

Todos os dias comer um bolo de frutos secos com mel (amassar uma mão cheia);

Quando possível comer cenouras com outras frutas;

Todos os dias, pelo menos vinte minutos de exercício físico vigoroso.

Depois destas reflexões filosóficas um vigoroso choque de adrenalina. Viagem de Tuk-Tuk de regresso ao hotel. Parecia uma viagem Kamikaze. Não há traços contínuos; a estrada é toda nossa; dois faróis brancos a aproximarem-se de frente. Mas há sempre uma brecha para escapar.

A. V.














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