quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Na estrada para Agra

Na estrada para Agra


Estrada boa, com placa central onde mesmo assim circulam carros em sentido contrário. Parece uma auto-estrada mas não é. Gente, rebanhos, vacas, roupa secando nos arbustos da placa central, bosta de vaca espalmada a secar na berma que depois é criteriosamente empilhada e coberta de palha. É usada como combustível na cozinha. O conceito de reciclagem, aqui como em todo o lado, tem a idade do Homem. Mas aqui a forma de armazenar a bosta é mais criativa (ver fotografia). Afinal as paspalhonas servem para alguma coisa, e até dão leite.

Encantadoras e ingenuamente ornamentadas, são as camionetas de transporte de mercadorias. Já toda a gente que aqui veio as fotografou, e nós também. São irresistíveis. Têm o vidro da frente com uma separação central. Ao longe parecem que vêm todas de óculos escuros.

Mais campos cultivados aqui. Manchas de cor agachadas trabalhando a terra. Onde andarão os homens?

Buganvílias, muitas buganvílias, não se vêem outras flores. Também não há por aqui o culto dos vasinhos com flores.

Fathepur Sikri. Extraordinário palácio!

Perfeito diálogo entre os enormes espaços e o equilíbrio volumétrico das construções. Arenito de um avermelhado intenso, sobriedade na decoração mas com apontamentos geometrizantes de grande qualidade técnica. Grande Akbar!

Depois parámos. Um cruzamento. Grande engarrafamento. Todos a chegarem-se à frente. E pronto taparam o sentido contrário. Motoretas chegam e ocupam os espaços que ainda restam. Saem dos carros, gesticulam, param as pessoas que passam. E agora como é que saímos daqui? Surge uma ambulância, começa o movimento, inversões de marcha, e lá se arranja espaço como só eles sabem fazer.

Juro que não há melhores condutores no mundo do que os indianos.
A. de F.


















Sem comentários:

Enviar um comentário