domingo, 14 de outubro de 2012

Na terra das tribos Bishnoi

Na terra das tribos Bishnoi


Pelas nove horas da manhã saímos do hotel, atravessámos Jodhpur, abandonámos a intensidade da cidade e entrámos no trilho que nos levou para a região dos Bishnoi.

O grupo das tribos Bishnoi ocupa grande parte de área deserta e semidesértica do Rajastão. Esta comunidade ecologista obedece a um conjunto de regras (90) que visam manter uma relação equilibrada entre o seu estilo de vida e a natureza, que é o suporte da sua sobrevivência. A sua economia assenta basicamente na agricultura e na pecuária. Os Bishnoi alimentam-se fundamentalmente de vegetais e leite, não comem qualquer tipo de carne nem ingerem bebidas alcoólicas. Apenas o excedente da sua produção agrícola é comercializada, tal com o leite e seus derivados. Antes de os contactos com a cidade estarem facilitados pelos transportes, estes povos apenas consumiam os vegetais secos (lentilhas/long beans, painço, sésamo,).

O primeiro local que visitámos dedica-se à olaria. O barro é preparado com serradura. Depois de cozido, devido à eliminação dessas componentes vegetais, torna-se poroso, criando um isolamento, que mantém a água fresca. Apesar de as paredes das bilhas ficarem mais finas e leves (devido à combustão da serradura) os espaços criados são ocupados pela água criando assim um corte térmico.

Na segunda paragem demos mais atenção aos aspectos da organização dos espaços e da construção das casas. As habitações são um espaço amplo com planta circular definido por paredes em pedras ligadas e rebocadas por uma argamassa de barro misturado com bosta de vaca/búfalo. As únicas aberturas são uma porta com alpendre e um pequeno óculo situado à altura da estrutura utilizada como cama. As coberturas, em forma de cone, são revestidas por canas de “painço” suportadas por uma coluna central de pedra e argamassa. Este sistema de cobertura permite um eficaz escoamento de águas durante a época das monções. Por altura das festividades as casas são pintadas com motivos vegetalistas e zoomórficos. No final das festas as pinturas são removidas e as casas são novamente rebocadas.

Os homens vestem-se geralmente de branco e as mulheres de vermelho com um brinco no nariz e braceletes nos braços e nas pernas.

Estes pequenos aglomerados populacionais (unidades familiares espalhadas pelos campos) estão disseminados entre zonas arborizadas e campos cultivados. Ao longo dos trilhos que percorremos fomos vendo rebanhos, campos de milho painço, sésamo…

Por último tivemos oportunidade de assistir a uma demonstração das técnicas tradicionais da tecelagem. Nesta comunidade existem ainda cerca de 25 famílias de artesãos que estão organizados em cooperativa.

Por fim abandonámos os trilhos de terra, entramos no alcatrão e seguimos directamente para o forte de Rohetgarh, construído por Thakur Dalpat Singh no séc XVI e que hoje funciona como hotel e onde pernoitámos. Já agora, como curiosidade, um dos casais do grupo sai-lhe em sorte o quarto que Madona ocupou quando por aqui passou em 2008.

Resta referir que este esplêndido oásis do séc XVI está rodeado por um aglomerado habitacional, com comércio e onde fomos literalmente “atacados” por bandos de crianças. Sentimo-nos como flores invadidas por abelhas laboriosas.














2 comentários:

  1. Olá olá aqui da família Forte!

    Temos acompanhado a vossa aventura aqui pelos vossos posts, estamos a gostar bastante, realmente é uma realidade completamente diferente, mas ao mesmo tempo muito curiosa. Espero que vocês também se estejam a divertir.

    Por aqui está tudo bem!

    Beijinhos de todos e saudades do Boss (que está bem!)

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  2. Aqui só os homens é que trabalham? uns metem a mão na massa, outros tecem "tápéti" e ainda há aqueles que cozem à maquina? excelente!
    muito bom! e estou a gostar das fotos
    beijos a todos!
    por aqui vamos todos como o gaspar deixa

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